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Cirurgia de TPLO em cães: Osteotomia de Nivelamento do Platô Tibial

Atualizado: 13 de set.

A cirurgia de TPLO é indicada para tratar a ruptura do ligamento cruzado cranial em cães. Se você quer entender melhor essa doença, seus sintomas e os caminhos possíveis para o tratamento, recomendamos a leitura deste artigo completo sobre a ruptura do ligamento cruzado cranial.

©Dr. Felipe Garofallo
©Dr. Felipe Garofallo

O que é a ruptura do ligamento cruzado cranial em cães?


A ruptura do ligamento cruzado cranial, ou insuficiência do ligamento cruzado, como também é chamada, está entre as lesões ortopédicas mais comuns nos membros posteriores dos cães.


Quando esse ligamento se rompe parcial ou totalmente, a articulação do joelho (chamada de articulação femorotibial) perde sua estabilidade. Como consequência, a tíbia tende a deslizar para frente em relação ao fêmur e a realizar uma rotação interna anormal durante o movimento.


Esse deslizamento causa dor, claudicação (mancar) e, em muitos casos, impotência funcional do membro. O cão pode evitar completamente o apoio, e pode pisar de forma insegura (“em pinça”) ou caminhar com dificuldade, como se “pisasse em ovos”.


Como diagnosticar a ruptura do ligamento cruzado cranial em cães?


O diagnóstico costuma ser feito com base na avaliação clínica, especialmente por meio do teste da gaveta cranial (veja nosso artigo completo sobre esse teste) e do teste de compressão tibial. Em alguns casos, a radiografia pode revelar alterações compatíveis com a instabilidade, como o deslocamento da eminência intercondilar tíbia em relação ao fêmur.

Quando confirmada a ruptura, a estabilização cirúrgica do joelho se torna fundamental para restaurar a função do membro, aliviar a dor e desacelerar o processo de degeneração articular. Mas afinal, como corrigir essa instabilidade? É o que explicarei a seguir.


Como funciona a cirurgia de TPLO em cães?


Existem diversas técnicas para estabilizar o joelho canino após a ruptura do ligamento cruzado cranial, mas a TPLO (Osteotomia de Nivelamento do Platô Tibial) é uma das mais consagradas na ortopedia veterinária.


De forma simplificada, a TPLO altera o ângulo do platô tibial. Isso evita que a tíbia deslize para frente durante o apoio e a marcha, corrigindo a instabilidade provocada pela ausência do ligamento.


Para isso, é realizado um cálculo pré-cirúrgico com base em radiografias específicas, que determinam o ângulo atual da tíbia. A partir disso, o cirurgião realiza uma osteotomia (corte semicircular no osso), gira o segmento distal da tíbia e fixa com uma placa e parafusos de titânio ou aço, ajustando o ângulo para cerca de 5 graus.


Esse novo posicionamento estabiliza a articulação mesmo sem o ligamento, permitindo ao cão retomar o movimento com menos dor, mais segurança e menor risco de artrose, algo que, sem intervenção cirúrgica, tende a surgir precocemente.

Confira no vídeo abaixo uma animação explicativa da técnica de TPLO.



Quais as possíveis complicações de uma cirurgia de TPLO?


Apesar de ser uma técnica segura e amplamente utilizada, a TPLO pode apresentar complicações, como qualquer procedimento cirúrgico.


Entre os possíveis eventos adversos estão infecções, fraturas por avulsão da tuberosidade da tíbia, falha de implantes e não união óssea. Felizmente, essas complicações são pouco frequentes quando a cirurgia é bem planejada e executada por um cirurgião experiente, e quando o pós-operatório é seguido corretamente.


Como é a recuperação e o pós-operatório de uma cirurgia de TPLO?


Depois da cirurgia é necessário realizar os cuidados pós-operatórios da TPLO em casa, o controle de dor (analgesia) e a administração dos medicamentos é fundamental para uma boa recuperação, assim como o repouso (restrição de espaço e de exercícios físicos) por parte do tutor. A fisioterapia no período pós-operatório permite ao cão uma recuperação mais rápida.


Radiografias serão realizadas para avaliar a cicatrização/consolidação óssea na nova posição durante o período pós-operatório. Após o procedimento, os cães tendem a ter um retorno precoce da função do membro.


Cerca de 24 horas após a cirurgia, metade dos pacientes começa a apoiar o membro que antes não utilizava. Além disso, após 6 meses de cirurgia, a maioria dos cães consegue retornar a atividade física normal.


Referências bibliográficas


Lee, Jae & Kim, Joong-Hyun & Lee, Won-Guk & Han, Tae & Cho, Kirae & Han, Hyun-Jung & Kang, Seong & Kim, Gonhyung & Choi, Sang-Hoon. (2007). Scintigraphic evaluation of TPLO and CTWO in canine osteoarthritis. In vivo (Athens, Greece). 21. 855-9.


Palmer, Ross. (2005). Understanding tibial plateau leveling osteotomies in dogs. Veterinary Medicine -Bonner Springs then Edwardsville-. 100. 426-+.


Sobre o autor


Dr. Felipe Garofallo, veterinário ortopedista, especializado no diagnóstico e tratamento de problemas articulares e musculoesqueléticos em cães

Felipe Garofallo é médico-veterinário (CRMV/SP 39.972) especializado em ortopedia e neurocirurgia de cães e gatos e proprietário da empresa Ortho for Pets: Ortopedia Veterinária e Especialidades.


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