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Avulsão da tuberosidade da tíbia em cães: causas, diagnóstico e tratamento

Atualizado: 20 de set.

A avulsão da tuberosidade da tíbia é uma condição ortopédica que ocorre principalmente em cães jovens, durante a fase de crescimento.

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A avulsão da tuberosidade da tíbia é uma condição ortopédica que ocorre principalmente em cães jovens, durante a fase de crescimento.


A tuberosidade da tíbia corresponde a uma apófise, ou seja, uma saliência óssea onde se insere o tendão patelar, conectando a musculatura do quadríceps à tíbia.


Em situações em que o joelho é submetido a uma flexão brusca e excessiva, a força de tração exercida pelo quadríceps pode resultar no descolamento dessa estrutura.


No vídeo abaixo, explico um pouco sobre a avulsão da tuberosidade da tíbia em cães filhotes.



O deslocamento pode ser discreto ou severo, levando não apenas à avulsão da tuberosidade, mas também ao deslocamento proximal da patela.


Essa lesão é mais frequentemente observada em filhotes devido à fragilidade inerente das placas de crescimento ainda abertas, tornando a região mais vulnerável.


Cães de raças grandes, de rápido crescimento e com desenvolvimento muscular intenso apresentam maior predisposição, já que a força exercida pela musculatura pode superar a resistência óssea imatura.


Clinicamente, os pacientes acometidos geralmente apresentam claudicação acentuada ou incapacidade de apoio do membro afetado, com dor significativa à palpação da tuberosidade. A confirmação diagnóstica se dá por meio de radiografias, que permitem não apenas identificar a avulsão e o grau de deslocamento, mas também diferenciar o aspecto normal da fise aberta em animais jovens.


O tratamento deve ser individualizado de acordo com o grau de deslocamento e o estado clínico do paciente. Nos casos em que o deslocamento é mínimo e a claudicação é leve, pode-se optar pelo manejo conservador, utilizando coaptação externa com tala ou gesso.


Essa conduta também pode ser adotada em casos crônicos, em que o diagnóstico tardio dificulta a redução cirúrgica adequada. Entretanto, nos casos em que há deslocamento acentuado, o tratamento cirúrgico é preferencial.


A técnica mais utilizada envolve a fixação com pino e banda de tensão, que neutraliza a força de tração exercida pelo quadríceps e favorece a consolidação óssea. Alternativamente, fios de Kirschner, pinos de Steinmann ou parafusos compressivos podem ser empregados, especialmente em cães de menor porte.


O pós-operatório exige restrição de atividade até a primeira reavaliação radiográfica, que deve ser realizada em aproximadamente três a quatro semanas.


Em cães em crescimento, recomenda-se a remoção dos implantes após a consolidação óssea, geralmente observada entre três e seis semanas, a fim de evitar complicações relacionadas ao desenvolvimento ósseo.


O prognóstico é considerado favorável, com grande parte dos pacientes retornando à função plena. No entanto, complicações como migração ou falha dos implantes, bem como lesões secundárias induzidas pelos mesmos, podem ocorrer e devem ser monitoradas durante o acompanhamento clínico.


O reconhecimento precoce dessa afecção e a escolha adequada da modalidade terapêutica são fundamentais para garantir a recuperação funcional e prevenir sequelas a longo prazo.


Referências bibliográficas


FOSSUM, T.W. Cirurgia de pequenos animais. 4. ed. Elsevier, 2014.JOHNSTON, S.A.;


TOBIAS, K.M. Veterinary Surgery: Small Animal. 2. ed. Elsevier, 2018.


Sobre o autor


Dr. Felipe Garofallo, veterinário ortopedista, especializado no diagnóstico e tratamento de problemas articulares e musculoesqueléticos em cães

Felipe Garofallo é médico-veterinário (CRMV/SP 39.972) especializado em ortopedia e neurocirurgia de cães e gatos e proprietário da empresa Ortho for Pets: Ortopedia Veterinária e Especialidades.


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