Articulação coxofemoral em cães: entenda o funcionamento do quadril

A articulação coxofemoral, também chamada de articulação do quadril, é uma das mais importantes para a locomoção dos cães.

Essa articulação sustenta grande parte do peso do corpo, permite os movimentos dos membros traseiros e influencia diretamente no conforto do animal ao andar, correr, subir escadas ou simplesmente se levantar.

Compreender como essa articulação funciona e o que pode afetá-la é fundamental para reconhecer precocemente sinais de dor ou alterações ortopédicas. Isso faz toda a diferença no bem-estar do seu pet.

Essa articulação é formada pelo encontro entre o fêmur, o osso da coxa, e uma parte da pelve chamada acetábulo.

A cabeça do fêmur tem o formato arredondado e se encaixa dentro do acetábulo, que é uma cavidade semelhante a um soquete. Esse encaixe precisa ser firme, profundo e bem lubrificado para que o quadril funcione com suavidade, sem atritos ou desconfortos.

É graças a essa estrutura que o cão consegue caminhar, correr, pular, subir rampas ou escadas e apoiar o peso com estabilidade nos membros traseiros. O quadril combina força com mobilidade e, quando está saudável, permite movimentos amplos com controle e equilíbrio.

Ao longo da vida, no entanto, alguns cães podem desenvolver alterações nessa articulação. Entre os problemas mais comuns estão a displasia coxofemoral, uma má-formação geralmente genética, que afeta o encaixe correto entre o fêmur e o acetábulo.

Também podem surgir casos de artrose, que é o desgaste da cartilagem da articulação, luxações, necrose da cabeça do fêmur e arrasamento acetabular, em que o acetábulo se torna raso e perde sua função de suporte.

Essas alterações podem gerar sinais sutis no começo, mas que merecem atenção. É comum que o cão comece a mancar das patas traseiras, tenha dificuldade para levantar ou deitar, evite subir escadas ou entrar no carro e passe a caminhar com passos curtos ou rebolando.

Alguns demonstram dor quando são tocados na região do quadril ou apresentam perda de massa muscular na coxa afetada.

Diante de qualquer um desses sinais, o ideal é procurar um veterinário especializado em ortopedia. Com exames físicos e radiografias específicas, é possível avaliar a articulação coxofemoral e entender o que está acontecendo.

Em muitos casos, o tratamento pode ser feito de forma conservadora, com fisioterapia, controle de peso, medicamentos e suplementos. Em situações mais avançadas, pode ser indicada uma cirurgia, como a colocefalectomia ou até mesmo a prótese total de quadril, dependendo do caso.

A articulação do quadril tem papel essencial na qualidade de vida dos cães. Alterações nessa região são relativamente comuns, principalmente em algumas raças, mas com diagnóstico precoce e tratamento adequado, é possível devolver conforto, mobilidade e alegria ao seu melhor amigo.

Se o seu cão anda com dificuldade, sente dor ou apresenta qualquer mudança no jeito de se movimentar, não espere piorar. Uma avaliação ortopédica pode fazer toda a diferença para oferecer mais bem-estar e liberdade para ele.

Sobre o autor

Felipe Garofallo é médico-veterinário (CRMV/SP 39.972) especializado em ortopedia e neurocirurgia de cães e gatos e proprietário da empresa Ortho for Pets: Ortopedia Veterinária e Especialidades.

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