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Tudo sobre displasia coxofemoral em cães: causas, sintomas e tratamento

Atualizado: 22 de out.

A displasia coxofemoral em cães é uma condição ortopédica hereditária que afeta a articulação do quadril, caracterizada pela formação inadequada da articulação coxofemoral.

cachorro labrador filhote sentado com displasia coxofemoral
Entenda mais sobre a displasia coxofemoral em cães, problema comum em raças grandes.

Essa patologia é mais comum em raças de médio e grande porte, como o Pastor Alemão, Labrador Retriever, Golden Retriever e Rottweiler, embora possa ocorrer em cães de qualquer tamanho. A displasia coxofemoral é multifatorial, com influências genéticas e ambientais contribuindo para o desenvolvimento da doença.


A causa primária da displasia coxofemoral é genética, sendo transmitida de geração em geração. No entanto, fatores externos, como o crescimento acelerado, dietas ricas em calorias e desequilíbrios nutricionais, podem exacerbar a condição.


Além disso, o excesso de peso corporal e a atividade física inadequada durante o período de crescimento também estão associados ao agravamento da displasia. Essas condições influenciam negativamente o desenvolvimento das estruturas articulares, promovendo instabilidade e inflamação no quadril.


Os sinais clínicos variam de acordo com a gravidade da displasia e podem se manifestar em qualquer fase da vida do cão. Em filhotes, os tutores podem notar dificuldade para levantar-se, correr ou subir escadas, enquanto em cães adultos, os sintomas frequentemente incluem claudicação intermitente ou permanente, rigidez articular e redução da amplitude de movimento. Em casos mais avançados, a dor pode ser intensa, levando à dificuldade em realizar atividades diárias e ao desenvolvimento de atrofia muscular nos membros posteriores.


O diagnóstico da displasia coxofemoral baseia-se em uma combinação de avaliação clínica e exames de imagem. Durante o exame físico, o veterinário realiza manipulações articulares específicas, como o teste de Ortolani, que ajuda a identificar a instabilidade do quadril. Exames radiográficos são essenciais para confirmar o diagnóstico e avaliar o grau de displasia, permitindo a classificação em leve, moderada ou grave, de acordo com os critérios estabelecidos pelo Orthopedic Foundation for Animals (OFA) ou pela Federação Internacional de Cinologia (FCI).


O tratamento para a displasia coxofemoral pode ser conservador ou cirúrgico, dependendo da idade do animal, do estágio da doença e da intensidade dos sintomas. O manejo conservador inclui controle rigoroso do peso, fisioterapia, suplementação com condroprotetores e o uso de medicamentos anti-inflamatórios e analgésicos para alívio da dor. Este abordagem é mais indicada para casos leves ou em cães que não são bons candidatos à cirurgia.


Nos casos moderados a graves, as intervenções cirúrgicas são frequentemente recomendadas. Os procedimentos mais comuns incluem a osteotomia tripla do quadril (OTQ), a prótese total de quadril (PTQ) e a colocefalectomia. A escolha do procedimento depende de vários fatores, incluindo a idade do cão, o grau de displasia e o nível de conforto e funcionalidade esperado após a cirurgia.


A OTQ é indicada para cães jovens antes do desenvolvimento de osteoartrite significativa, enquanto a PTQ é a opção preferida para casos graves em cães adultos. Já a colocefalectomia é geralmente reservada para cães de pequeno porte ou quando outros procedimentos não são viáveis.


O prognóstico para cães com displasia coxofemoral depende do diagnóstico precoce e do manejo adequado. Cães tratados cirurgicamente tendem a apresentar melhor qualidade de vida a longo prazo, embora a reabilitação pós-operatória seja crucial para o sucesso do tratamento.


Em casos tratados de forma conservadora, o controle do peso e a manutenção de um programa regular de exercícios de baixo impacto são fundamentais para minimizar a progressão da osteoartrite.


Como a displasia coxofemoral é uma doença genética, a prevenção está amplamente ligada a programas de controle reprodutivo. É essencial que criadores realizem exames radiográficos em potenciais reprodutores e evitem cruzamentos entre cães com histórico de displasia. Além disso, orientações sobre nutrição adequada e manejo ambiental podem ajudar a reduzir os fatores de risco em filhotes predispostos.


Referências bibliográficas:

  1. Miller, M. E., Christensen, G. C., & Evans, H. E. (2013). Anatomy of the Dog. Elsevier Health Sciences.

  2. Johnston, S. A., & Tobias, K. M. (2018). Veterinary Surgery: Small Animal. Elsevier.


Sobre o autor


Dr. Felipe Garofallo, veterinário ortopedista, especializado no diagnóstico e tratamento de problemas articulares e musculoesqueléticos em cães

Felipe Garofallo é médico-veterinário (CRMV/SP 39.972) especializado em ortopedia e neurocirurgia de cães e gatos e proprietário da empresa Ortho for Pets: Ortopedia Veterinária e Especialidades.


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