O que substitui a roupa cirúrgica para cachorro?
- Felipe Garofallo

- 7 de jul.
- 2 min de leitura
Atualizado: 12 de out.
Se o seu cachorro passou por uma cirurgia e você não tem uma roupa cirúrgica à disposição, é natural se perguntar o que pode ser usado como alternativa para proteger a área operada.

O objetivo principal da roupa cirúrgica é impedir que o cão lamba, morda ou coce os pontos, reduzindo o risco de infecções e complicações na cicatrização. Sem essa proteção, o animal pode, em poucos minutos, abrir a sutura ou causar irritações que comprometem toda a recuperação.
Uma das alternativas mais conhecidas é o colar elizabetano, aquele “cone” que impede o animal de alcançar a área operada com a boca. Embora muitas pessoas achem desconfortável ou visualmente desagradável, ele é extremamente eficaz, especialmente quando a ferida está localizada em regiões que o cão consegue alcançar com facilidade.
Há, inclusive, modelos mais modernos e confortáveis, como os infláveis ou acolchoados, que proporcionam maior mobilidade e menos estresse ao pet.
Outra opção caseira, que deve ser utilizada com cautela e orientação veterinária, são camisetas infantis adaptadas para o corpo do cão.
Essa estratégia costuma funcionar melhor em cães de pequeno ou médio porte, e exige atenção para que a peça fique justa o suficiente para proteger a área, mas sem apertar ou limitar os movimentos. Em alguns casos, tutores também tentam improvisar com faixas de tecido ou fraldas modificadas, mas isso exige ainda mais cuidado, pois o material pode se deslocar com facilidade ou até machucar a pele do animal.
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Voltando ao nosso tópico, é importante lembrar que, embora existam substituições emergenciais, nenhuma dessas alternativas é tão segura, prática e eficiente quanto uma roupa cirúrgica própria para cães. Essas roupas são pensadas com recortes anatômicos, tecidos respiráveis e fechos adequados para facilitar o uso diário, inclusive permitindo a observação da ferida quando necessário. Sempre que possível, opte pela peça correta — principalmente se o seu cão for ativo ou insistente em acessar os pontos cirúrgicos.
Em resumo, o colar elizabetano continua sendo a principal alternativa à roupa cirúrgica, e pode até ser utilizado em conjunto com ela, dependendo da região da cirurgia. Improvisações devem ser vistas apenas como medidas temporárias, e nunca devem substituir completamente o uso de produtos veterinários indicados. Afinal, a proteção adequada no pós-operatório faz toda a diferença no sucesso da recuperação.
Referências bibliográficas:
Tobias, K. M., & Johnston, S. A. (2017). Veterinary Surgery: Small Animal. Elsevier Health Sciences.
Fossum, T. W. (2018). Small Animal Surgery. Elsevier.
Sobre o autor

Felipe Garofallo é médico-veterinário (CRMV/SP 39.972) especializado em ortopedia e neurocirurgia de cães e gatos e proprietário da empresa Ortho for Pets: Ortopedia Veterinária e Especialidades.
