Se o seu cachorro começou a mancar de repente, isso pode ser motivo de grande preocupação, e é essencial agir de maneira adequada para garantir que ele receba o cuidado necessário. A claudicação, ou o ato de mancar, pode ser resultado de diversas condições, variando de lesões leves a problemas mais graves que requerem intervenção médica imediata.
Primeiramente, é importante observar o comportamento do seu cachorro. Veja se ele evita apoiar a pata no chão, se há sinais visíveis de dor, inchaço ou sensibilidade na área afetada. Tente lembrar se o cão esteve envolvido em alguma atividade recente que pudesse causar lesão, como corridas intensas, saltos ou brincadeiras bruscas. Essas atividades podem resultar em torções, distensões musculares ou até fraturas, especialmente em raças predispostas a problemas ortopédicos.
Se você notar que o seu cachorro está mancando, o primeiro passo é limitar a atividade física dele. Mantenha-o em repouso, evitando que ele corra, pule ou faça qualquer movimento brusco. Isso ajudará a evitar que uma possível lesão piore. Além disso, você pode aplicar compressas frias na área afetada por 10 a 15 minutos várias vezes ao dia durante as primeiras 48 horas, especialmente se houver inchaço. Isso pode ajudar a reduzir a inflamação e o desconforto.
Contudo, mesmo com esses cuidados iniciais, é crucial que você leve o seu cachorro ao veterinário o mais rápido possível. A claudicação pode ser sintoma de condições sérias, como rupturas de ligamentos, luxações, ou doenças articulares degenerativas, que necessitam de diagnóstico e tratamento específicos. Durante a consulta, o veterinário fará uma avaliação completa, que pode incluir exame físico detalhado, radiografias e, em alguns casos, ultrassonografias ou ressonância magnética para identificar a causa exata do problema.
Entre as causas mais comuns de claudicação em cães estão as lesões de ligamento cruzado cranial, frequentes em raças como Labrador Retriever e Rottweiler, e a displasia coxofemoral, especialmente em cães de grande porte. Outras condições, como a luxação de patela, comum em raças pequenas como Poodles e Yorkshire Terriers, e a doença articular degenerativa, que afeta cães mais velhos, também podem ser responsáveis pela claudicação.
O tratamento para claudicação pode variar bastante, dependendo da causa subjacente. Em casos mais simples, o repouso e o uso de anti-inflamatórios prescritos pelo veterinário podem ser suficientes para a recuperação. No entanto, lesões mais graves, como rupturas de ligamento ou fraturas, podem necessitar de intervenção cirúrgica. Após a cirurgia, o cachorro precisará de cuidados pós-operatórios rigorosos, incluindo fisioterapia, para garantir uma recuperação completa.
Além disso, prevenir é sempre melhor que remediar. Manter o seu cachorro em um peso saudável, oferecer uma dieta equilibrada, e garantir que ele faça exercícios regulares e adequados à sua idade e condição física são medidas que podem reduzir o risco de lesões. Em cães predispostos a problemas ortopédicos, o acompanhamento regular com o veterinário e a realização de exames preventivos podem detectar problemas antes que se tornem graves.
Por fim, é importante lembrar que a claudicação é um sinal de que algo não está bem, e o cuidado adequado é essencial para garantir a saúde e o bem-estar do seu cão. Não ignore os sinais, e busque ajuda veterinária sempre que notar algo fora do comum.
Referências bibliográficas
1. Fossum, T. W. (2018). *Small Animal Surgery*. 5th ed. Elsevier Health Sciences.
2. Johnson, K. A., & Hulse, D. A. (2019). *Atlas of Orthopedic Surgical Procedures of the Dog and Cat*. 1st ed. Wiley-Blackwell.
Sobre o autor
Felipe Garofallo é médico-veterinário (CRMV/SP 39.972), especializado em ortopedia e neurocirurgia de cães e gatos e proprietário da empresa Ortho for Pets: Ortopedia Veterinária e Especialidades. Agende uma consulta presencial pelo whatsapp (11)91258-5102 ou uma consultoria on-line por vídeo.
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