Anemia hemolítica imunomediada em cães
- Felipe Garofallo
- 21 de jul.
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Atualizado: 26 de jul.
A anemia hemolítica imunomediada (AHIM) em cães é uma doença em que o próprio sistema imunológico ataca e destrói as células vermelhas do sangue, também chamadas de hemácias.

Esse processo leva a uma redução importante na capacidade do sangue de transportar oxigênio, causando sintomas graves e, em alguns casos, risco à vida do animal.
Na AHIM, o sistema imune passa a reconhecer as hemácias como invasores e as destrói prematuramente, principalmente no baço e no fígado. Essa destruição pode ser extravascular (fora dos vasos) ou intravascular (dentro dos vasos), sendo esta última geralmente associada a quadros mais críticos e de rápida evolução.
As causas da AHIM podem ser primárias (idiopáticas), quando não se identifica um fator desencadeante claro, ou secundárias, associadas a outras condições como infecções, neoplasias, medicamentos ou vacinas. Em muitos casos, mesmo após investigação, a causa permanece desconhecida, mas a resposta imune desregulada é evidente nos exames laboratoriais.
Os sintomas mais comuns incluem mucosas pálidas ou amareladas, fraqueza, cansaço extremo, apatia, perda de apetite e, em casos mais graves, icterícia, febre e urina escura. O diagnóstico é feito com base em exames laboratoriais, principalmente o hemograma e o teste de Coombs direto, além da avaliação da presença de esferócitos, hemoglobinemia e bilirrubina elevada.
O tratamento envolve o uso de imunossupressores, como corticosteroides (prednisona ou prednisolona), e em casos mais graves, outros medicamentos como azatioprina, ciclosporina ou micofenolato mofetil.
Transfusões sanguíneas podem ser necessárias nos casos de anemia severa. A resposta ao tratamento pode variar de acordo com a gravidade e a causa subjacente.
O prognóstico é reservado, especialmente nos primeiros dias de tratamento, quando o risco de trombose ou colapso hemodinâmico é maior. Contudo, muitos cães respondem bem ao tratamento e conseguem levar uma vida relativamente normal, com acompanhamento constante e monitoramento de recaídas.
O acompanhamento clínico e laboratorial rigoroso é essencial, assim como o ajuste da dose de imunossupressores conforme a resposta individual do paciente.
Sobre o autor

Felipe Garofallo é médico-veterinário (CRMV/SP 39.972) especializado em ortopedia e neurocirurgia de cães e gatos e proprietário da empresa Ortho for Pets: Ortopedia Veterinária e Especialidades.