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Vitamina E em cães

Atualizado: 12 de set.

A vitamina E é um nutriente lipossolúvel com função essencial como antioxidante biológico, protegendo as membranas celulares e estruturas lipídicas contra danos causados por radicais livres e peroxidação lipídica.


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Em cães, ela desempenha um papel fundamental na manutenção da integridade muscular, neurológica, reprodutiva e imunológica, além de participar na modulação de processos inflamatórios.


Do ponto de vista bioquímico, a vitamina E refere-se a um grupo de compostos, sendo o α-tocoferol a forma mais biologicamente ativa nos mamíferos. Após a ingestão, é absorvida no intestino delgado com auxílio dos sais biliares e incorporada a quilomícrons, sendo transportada na circulação ligada a lipoproteínas. Seu armazenamento ocorre principalmente no fígado e no tecido adiposo, o que permite reservas moderadas no organismo.


A deficiência de vitamina E em cães pode ocorrer em dietas caseiras mal formuladas, dietas ricas em gorduras poli-insaturadas sem suplementação proporcional de vitamina E (devido à maior demanda antioxidante), síndromes de má absorção intestinal, doenças hepáticas ou pancreáticas e, mais raramente, em casos de erros na formulação de rações comerciais.


Os sinais clínicos incluem fraqueza muscular, degeneração muscular (miopatia nutricional), alterações neurológicas por degeneração axonal, infertilidade, distúrbios de coagulação e comprometimento da resposta imune. Em filhotes, a carência severa pode resultar em atraso de crescimento e aumento da suscetibilidade a infecções.


Na prática clínica, a suplementação de vitamina E é utilizada em diversas situações:


Doenças dermatológicas, como dermatite atópica, para reduzir a inflamação e melhorar a saúde da pele;

Doenças musculares e neurológicas, para atenuar lesões oxidativas;

Doenças hepáticas e pancreáticas, como suporte antioxidante;

Condições inflamatórias crônicas (osteoartrite, doença renal crônica, doenças cardiovasculares), geralmente em conjunto com outros antioxidantes e ácidos graxos essenciais.


A vitamina E é considerada segura quando administrada nas doses recomendadas, mas seu excesso pode interferir na coagulação sanguínea, especialmente quando associada a altas doses de ácidos graxos ômega-3, aumentando o risco de sangramentos.


Por isso, a suplementação deve ser ajustada conforme peso, dieta e necessidades clínicas, sempre sob orientação veterinária.


Fontes naturais incluem óleos vegetais (trigo, girassol, cártamo), gema de ovo, fígado e vegetais folhosos verdes. Entretanto, a forma suplementar mais utilizada em medicina veterinária é o acetato de α-tocoferol, devido à sua maior estabilidade.


Assim, a vitamina E é um nutriente chave para a saúde global dos cães, com especial importância no combate ao estresse oxidativo, na preservação da função neuromuscular e na modulação de inflamações, sendo particularmente útil em protocolos de suporte de longa duração.


Referências bibliográficas


Dzanis DA. The role of vitamin E in canine nutrition and health. Vet Clin North Am Small Anim Pract. 1993;23(3):789-797.


Wander RC, Hall JA. The role of vitamin E in health and disease of dogs. J Am Vet Med Assoc. 1999;215(11):1627-1631.


Sobre o autor


Dr. Felipe Garofallo, veterinário ortopedista, especializado no diagnóstico e tratamento de problemas articulares e musculoesqueléticos em cães

Felipe Garofallo é médico-veterinário (CRMV/SP 39.972) especializado em ortopedia e neurocirurgia de cães e gatos e proprietário da empresa Ortho for Pets: Ortopedia Veterinária e Especialidades.


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