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Vitamina C em cães

Atualizado: 12 de set.

A vitamina C, ou ácido ascórbico, é uma vitamina hidrossolúvel com potente ação antioxidante, envolvida em diversos processos fisiológicos.


Diferentemente dos seres humanos, os cães são capazes de sintetizar vitamina C endogenamente no fígado, a partir da glicose, por meio da via do ácido glucurônico. Por isso, em condições normais, eles não necessitam de suplementação dietética para prevenir deficiência clínica.


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No entanto, em situações de estresse, inflamação crônica, exercício intenso ou determinadas doenças, a produção endógena pode não ser suficiente para atender à demanda, tornando a suplementação benéfica.


A vitamina C atua como cofator essencial na síntese de colágeno, fundamental para a integridade de tecidos como pele, cartilagem, tendões e ossos.


Além disso, participa na produção de neurotransmissores e hormônios, e exerce efeito protetor contra radicais livres, reduzindo danos oxidativos em processos inflamatórios e degenerativos.


Estudos em medicina veterinária mostram que, em cães com doenças articulares, como a displasia coxofemoral e a osteoartrite, a suplementação de vitamina C pode contribuir para o suporte da função articular, especialmente quando associada a condroprotetores e antioxidantes como vitamina E e selênio.


Outro campo de interesse é seu papel no suporte imunológico. A vitamina C pode auxiliar na modulação da resposta imune, aumentando a resistência a infecções e acelerando a recuperação em quadros virais e bacterianos. Em cães idosos ou submetidos a cirurgias e tratamentos agressivos, como quimioterapia, o uso suplementar pode ajudar na recuperação tecidual e na redução do estresse oxidativo.


Quanto à administração, o ácido ascórbico é bem tolerado na maioria dos cães, mas doses excessivas podem causar efeitos gastrointestinais, como diarreia e vômitos, devido à sua acidez e ao caráter osmótico em altas concentrações. Por ser hidrossolúvel, o excesso é eliminado na urina, mas em pacientes com predisposição a cálculos de oxalato de cálcio, deve-se ter cautela, já que o metabolismo da vitamina C pode aumentar a excreção de oxalato.


Na prática clínica, a suplementação é mais indicada em pacientes com aumento da demanda metabólica ou como parte de protocolos antioxidantes, e não como rotina em cães saudáveis.


A escolha da dose, da forma de apresentação (ácido ascórbico puro ou derivados como ascorbato de cálcio, menos irritantes ao estômago) e da duração do tratamento deve ser feita por um médico-veterinário, considerando as necessidades específicas do animal.

Referências bibliográficas

Chatterjee IB. Evolution and the biosynthesis of ascorbic acid. Science. 1973;182(4118):1271-1272.


McDowell LR. Vitamins in Animal and Human Nutrition. 2nd ed. Ames: Iowa State University Press; 2000.


Sobre o autor


Dr. Felipe Garofallo, veterinário ortopedista, especializado no diagnóstico e tratamento de problemas articulares e musculoesqueléticos em cães

Felipe Garofallo é médico-veterinário (CRMV/SP 39.972) especializado em ortopedia e neurocirurgia de cães e gatos e proprietário da empresa Ortho for Pets: Ortopedia Veterinária e Especialidades.


 
 

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