Vai viajar nas férias? Cuidados com cães em hotéis e creches
- Felipe Garofallo

- 11 de jul.
- 3 min de leitura
Atualizado: 12 de set.
Viajar nas férias é um momento muito aguardado por muitas famílias, mas quando se tem um cão, a organização da viagem precisa considerar também o bem-estar do pet.

Uma das opções mais comuns para quem não pode levar o animal é deixá-lo em hotéis ou creches especializadas. No entanto, essa escolha exige alguns cuidados importantes para garantir a segurança, a saúde e o conforto do cão durante a ausência dos tutores.
Antes de tudo, é fundamental pesquisar com antecedência os estabelecimentos disponíveis na sua região ou próximos de onde você estará. Nem todos os locais seguem os mesmos padrões de higiene, segurança e cuidado com os animais.
Busque referências, avaliações de outros clientes, e sempre que possível, agende uma visita presencial. Observe a estrutura física do local: áreas de descanso, locais para recreação, separação entre cães de tamanhos diferentes, ventilação adequada e a presença de profissionais capacitados.
A vacinação em dia é um dos principais requisitos para a hospedagem em hotéis e creches. Locais sérios exigem a apresentação da carteira de vacinação atualizada, com destaque para vacinas como a V8 ou V10, a antirrábica e a vacina contra a gripe canina (tosse dos canis), que costuma ser exigida em ambientes com alta concentração de cães. Além disso, a vermifugação e o controle de pulgas e carrapatos também devem estar atualizados, não só para proteger seu animal, mas também os demais hóspedes.
Outro ponto essencial é avaliar o perfil do seu cão. Animais muito ansiosos, agressivos ou pouco sociáveis podem não se adaptar bem a ambientes coletivos, o que pode resultar em estresse, brigas ou até mesmo automutilações.
Se esse for o caso, alternativas como pet sitters — profissionais que cuidam do pet na própria casa — podem ser mais adequadas. Para cães mais sociáveis, no entanto, creches e hotéis podem ser uma experiência positiva, proporcionando interação, brincadeiras e atividades durante o dia.
É recomendável também realizar um período de adaptação, mesmo que curto. Deixar o cão por algumas horas ou um dia inteiro antes da viagem ajuda a reduzir o impacto da separação e permite observar como ele se comporta no local.
Aproveite esse momento para conversar com a equipe responsável, entender a rotina do lugar, os horários de alimentação, as formas de recreação e o acompanhamento veterinário em caso de emergências.
Levar objetos familiares, como o brinquedo preferido, a cama ou até uma peça de roupa com o cheiro do tutor, pode ajudar o animal a se sentir mais seguro e confortável durante a estadia. Além disso, forneça todas as informações importantes sobre a saúde do seu cão, incluindo medicações, alergias e comportamento.
Durante a viagem, muitos hotéis e creches oferecem relatórios diários, fotos ou vídeos do pet, o que tranquiliza os tutores e mostra como está sendo a estadia. Ainda assim, o ideal é manter uma comunicação fácil com a equipe e deixar um contato de emergência no caso de qualquer intercorrência.
Em resumo, deixar o cão em um hotel ou creche nas férias pode ser uma boa alternativa quando bem planejado. A escolha do local adequado, a preparação prévia e o acompanhamento cuidadoso são determinantes para que tanto o tutor quanto o pet possam aproveitar esse período com tranquilidade e segurança.
Referências bibliográficas:
Landsberg, G. M., Hunthausen, W., & Ackerman, L. (2012). Behavior Problems of the Dog and Cat. Saunders.
Overall, K. L. (2013). Manual of Clinical Behavioral Medicine for Dogs and Cats. Elsevier.
Sobre o autor

Felipe Garofallo é médico-veterinário (CRMV/SP 39.972) especializado em ortopedia e neurocirurgia de cães e gatos e proprietário da empresa Ortho for Pets: Ortopedia Veterinária e Especialidades.