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TT, TP e TTPA em cães

Os testes de coagulação TT (Tempo de Trombina), TP (Tempo de Protrombina) e TTPA (Tempo de Tromboplastina Parcial Ativada) são exames fundamentais para a avaliação do sistema hemostático em cães.


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Cada um deles analisa etapas distintas da cascata de coagulação e, quando interpretados em conjunto, permitem identificar de forma mais precisa a origem de um distúrbio hemorrágico ou trombótico.


O Tempo de Trombina (TT) avalia a etapa final da coagulação, medindo o tempo necessário para que o fibrinogênio plasmático seja convertido em fibrina após a adição de trombina exógena.


É um exame bastante específico para alterações quantitativas ou qualitativas do fibrinogênio. Em cães, o TT prolongado é observado em situações de hipofibrinogenemia ou disfibrinogenemia, assim como na presença de substâncias que interferem na polimerização da fibrina, como os produtos de degradação da fibrina ou a heparina.


Também pode se alterar em casos de coagulação intravascular disseminada (CIVD), refletindo o consumo do fibrinogênio.


O Tempo de Protrombina (TP) analisa a via extrínseca e a via comum da coagulação, medindo a atividade dos fatores II, V, VII e X, além do fibrinogênio.


Em cães, seu prolongamento é um achado clássico em quadros de intoxicação por rodenticidas anticoagulantes (cumarínicos), uma vez que esses venenos bloqueiam a reciclagem da vitamina K, necessária para a síntese hepática de vários fatores de coagulação.


O TP também pode estar aumentado em hepatopatias graves, já que o fígado é o principal local de produção dos fatores, e em estágios de CIVD, quando ocorre consumo excessivo dos fatores. Por ser influenciado precocemente pela queda do fator VII, que tem meia-vida curta, o TP é muitas vezes o primeiro exame a se alterar em deficiência de vitamina K.


Já o Tempo de Tromboplastina Parcial Ativada (TTPA ou aPTT) avalia a via intrínseca e a via comum, abrangendo fatores VIII, IX, XI e XII, além dos fatores II, V, X e fibrinogênio. O prolongamento do TTPA em cães pode indicar doenças hereditárias, como hemofilia A (deficiência de fator VIII) e hemofilia B (deficiência de fator IX), ou deficiências adquiridas decorrentes de intoxicações por anticoagulantes, doenças hepáticas graves e CIVD.


Quando analisados juntos, TT, TP e TTPA permitem uma abordagem lógica para o diagnóstico das coagulopatias: se apenas o TP estiver alterado, a lesão é restrita à via extrínseca; se apenas o TTPA for prolongado, a alteração está na via intrínseca; se ambos estiverem prolongados, a via comum está comprometida; e se o TT também estiver aumentado, há indicação de problema na fase final da coagulação ou no fibrinogênio.


Essa interpretação combinada é essencial para direcionar corretamente o raciocínio clínico e a conduta terapêutica em cães com distúrbios hemorrágicos.


Referências bibliográficas


Brooks, M. B. (2010). Disorders of hemostasis. In: Ettinger, S. J., Feldman, E. C. Textbook of Veterinary Internal Medicine. 7th ed. Elsevier.


Stockham, S. L., & Scott, M. A. (2008). Fundamentals of Veterinary Clinical Pathology. 2nd ed. Blackwell Publishing.


Sobre o autor


Dr. Felipe Garofallo, veterinário ortopedista, especializado no diagnóstico e tratamento de problemas articulares e musculoesqueléticos em cães

Felipe Garofallo é médico-veterinário (CRMV/SP 39.972) especializado em ortopedia e neurocirurgia de cães e gatos e proprietário da empresa Ortho for Pets: Ortopedia Veterinária e Especialidades.


 
 

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