top of page

Trombocitopenia em cães: causas e tratamento da queda de plaquetas

Atualizado: 12 de set.

A trombocitopenia em cães é uma condição caracterizada pela redução do número de plaquetas no sangue, o que pode comprometer significativamente a capacidade de coagulação e resultar em sangramentos espontâneos ou prolongados.


Essa alteração hematológica pode ter diversas causas e, dependendo da gravidade e da origem, pode representar um risco sério à vida do animal.


ree

As plaquetas, também conhecidas como trombócitos, são componentes do sangue fundamentais no processo de hemostasia. Quando ocorre uma lesão vascular, elas se acumulam rapidamente no local, formando um tampão plaquetário que ajuda a estancar o sangramento.


Quando há uma diminuição importante na quantidade de plaquetas circulantes, esse mecanismo fica prejudicado e o cão pode apresentar sinais clínicos como petéquias (pequenos pontos de sangramento na pele), equimoses, hematúria (sangue na urina), epistaxe (sangramento nasal) ou sangramentos prolongados após traumas ou procedimentos cirúrgicos.


As causas da trombocitopenia podem ser divididas em três grandes grupos: diminuição da produção, aumento da destruição ou consumo excessivo de plaquetas. A diminuição da produção costuma estar associada a doenças da medula óssea, como neoplasias, infecções virais (como cinomose), intoxicações ou uso de determinados medicamentos.


Já a destruição imunomediada é uma das causas mais comuns e ocorre quando o próprio sistema imunológico do cão passa a atacar as plaquetas como se fossem invasores, caracterizando a Púrpura Trombocitopênica Idiopática (PTI).


Essa forma autoimune pode surgir isoladamente ou como consequência de outras doenças, como erliquiose, babesiose, leishmaniose ou lúpus eritematoso sistêmico. O consumo excessivo de plaquetas pode acontecer em casos de coagulação intravascular disseminada (CIVD), hemorragias extensas ou algumas formas de câncer.


O diagnóstico da trombocitopenia é feito através de um hemograma completo, que revela a contagem de plaquetas abaixo do valor de referência.


Exames complementares, como testes sorológicos, mielograma, provas de função hepática e renal, podem ser necessários para determinar a causa subjacente. Em muitos casos, a história clínica e os sinais apresentados pelo animal também ajudam a orientar a investigação diagnóstica.


O tratamento da trombocitopenia depende diretamente da causa. Em casos leves e assintomáticos, pode ser suficiente apenas monitorar o quadro. Quando há sangramentos ativos ou risco de hemorragias, pode ser necessário hospitalizar o animal, fazer transfusões de plaquetas ou plasma e iniciar tratamento específico.


Nas formas autoimunes, o uso de imunossupressores como a prednisolona é comum, podendo ser associado a outros medicamentos como azatioprina, ciclosporina ou imunoglobulina humana, dependendo da resposta terapêutica.


Se a trombocitopenia for secundária a uma doença infecciosa, é essencial tratar a infecção de base para que a medula óssea volte a produzir plaquetas normalmente.


A resposta ao tratamento pode variar. Cães com trombocitopenia imunomediada podem demorar dias ou semanas para estabilizar a contagem de plaquetas, exigindo acompanhamento clínico e exames de controle.


Já nos casos secundários a infecções, a recuperação costuma ser mais rápida, desde que o agente infeccioso seja devidamente combatido. O prognóstico varia conforme a gravidade do caso e a resposta ao tratamento, sendo geralmente bom quando a causa é identificada e tratada de forma adequada.


A trombocitopenia é uma condição que exige atenção, mas com diagnóstico precoce e manejo adequado, muitos cães conseguem se recuperar completamente e levar uma vida normal. Por isso, é fundamental que tutores fiquem atentos a qualquer sinal de sangramento incomum ou manchas na pele e procurem orientação veterinária o quanto antes.


Referências bibliográficas:


NELSON, Richard W.; COUTO, Cláudio. Medicina Interna de Pequenos Animais. 5ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015.

THRALL, M.A. et al. Hematologia e Bioquímica Clínica Veterinária. 2ª ed. São Paulo: Roca, 2015.


Sobre o autor


Dr. Felipe Garofallo, veterinário ortopedista, especializado no diagnóstico e tratamento de problemas articulares e musculoesqueléticos em cães

Felipe Garofallo é médico-veterinário (CRMV/SP 39.972) especializado em ortopedia e neurocirurgia de cães e gatos e proprietário da empresa Ortho for Pets: Ortopedia Veterinária e Especialidades.


 
 

Horário: Segunda à sexta, 09h às 18h. Sábados 10:00 às 14:00
Whatsapp: (11)97522-5102
Endereço: Alameda dos Guaramomis, 1067, Moema, São Paulo, SP

bottom of page