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Tornozelo inchado em cães: O que fazer?

Atualizado: 12 de set.

O tornozelo inchado em cães, também conhecido como edema na articulação do tarso, é uma alteração clínica que pode ter diversas causas e nem sempre deve ser motivo de alarme imediato.


No entanto, é fundamental observar o contexto em que esse inchaço aparece, já que em alguns casos ele pode ser sinal de um problema ortopédico ou sistêmico mais grave.


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Um tutor atento geralmente percebe que o cão começa a mancar ou evitar apoiar uma das patas traseiras, e ao apalpar, nota uma região mais quente, sensível e com volume aumentado próximo ao que seria o "tornozelo" do animal.


Esse inchaço pode surgir de forma súbita ou gradual e, dependendo da causa, pode ser acompanhado de dor, vermelhidão, calor local, dificuldade para andar ou relutância em se movimentar.


Entre as causas mais comuns de tornozelo inchado em cães estão os traumas, como torções, pancadas ou quedas, que provocam uma resposta inflamatória imediata.


Em filhotes e cães jovens de raças grandes e gigantes, doenças do crescimento, como a panosteíte ou osteodistrofia hipertrófica, também podem se manifestar com inchaço e dor nas articulações dos membros.


Enquanto isso, em cães adultos ou idosos, lesões ligamentares, como a ruptura parcial ou completa dos ligamentos do tarso, fraturas por estresse ou alterações degenerativas como a artrose, podem estar por trás desse quadro. Além disso, infecções articulares (artrites sépticas), doenças autoimunes e até mesmo tumores ósseos podem provocar edema localizado.


É importante considerar que nem todo inchaço é visível ou externo. Em muitos casos, apenas um exame clínico cuidadoso e exames complementares, como radiografias, ultrassonografias ou mesmo punções articulares, serão capazes de indicar a causa exata do problema.


Por isso, ao notar qualquer alteração no volume ou sensibilidade na região do tornozelo, é essencial procurar atendimento veterinário.


A tentativa de medicar o animal por conta própria, especialmente com anti-inflamatórios humanos, pode não só mascarar os sintomas como também causar intoxicações graves.


Alguns sinais de alerta que indicam que o tutor deve se preocupar imediatamente incluem o aumento progressivo do inchaço, dor intensa ao toque, febre, recusa em se alimentar, prostração ou mudanças no comportamento. Esses indícios podem significar infecção, fratura ou um processo inflamatório severo que exige intervenção imediata.


O diagnóstico precoce é essencial para evitar complicações, principalmente nos casos em que há risco de perda funcional da articulação. Em algumas situações, o tratamento será conservador, com repouso, medicação e acompanhamento.


Em outras, pode ser necessário um procedimento cirúrgico para estabilizar a articulação ou remover lesões internas. A fisioterapia veterinária, a acupuntura e o uso de condroprotetores também podem fazer parte do protocolo terapêutico, dependendo da origem e da gravidade do problema.


Em resumo, o tornozelo inchado em cães não deve ser ignorado, especialmente quando o inchaço persiste por mais de dois dias, piora com o tempo ou vem acompanhado de outros sintomas. A observação cuidadosa e a busca por orientação veterinária qualificada são os melhores caminhos para garantir a saúde e a qualidade de vida do seu pet.


Referências bibliográficas:


Fossum, T. W. (2018). Small Animal Surgery. 5th ed. Elsevier.Brinker, W. O., Piermattei, D. L., & Flo, G. L. (2006). Handbook of Small Animal Orthopedics and Fracture Repair. 4th ed. Saunders.


Sobre o autor


Dr. Felipe Garofallo, veterinário ortopedista, especializado no diagnóstico e tratamento de problemas articulares e musculoesqueléticos em cães

Felipe Garofallo é médico-veterinário (CRMV/SP 39.972) especializado em ortopedia e neurocirurgia de cães e gatos e proprietário da empresa Ortho for Pets: Ortopedia Veterinária e Especialidades.


Horário: Segunda à sexta, 09h às 18h. Sábados 10:00 às 14:00
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