Sinais de alerta que indicam urgência em ortopedia veterinária
- Felipe Garofallo
- 20 de set.
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Sinais ortopédicos em cães e gatos podem variar em intensidade, mas alguns indicam situações de urgência e não devem ser ignorados pelos tutores, já que o tempo até o atendimento influencia diretamente no prognóstico.
A dor intensa e repentina é um dos principais alertas: animais que choram ao se mover, se recusam a apoiar um dos membros ou não conseguem se levantar podem estar sofrendo de uma fratura, luxação grave ou até de uma hérnia de disco em evolução.
A claudicação súbita e incapacidade de usar a pata são sinais clássicos de fratura ou ruptura ligamentar, condições que necessitam de avaliação e, muitas vezes, estabilização cirúrgica imediata.
Outro sinal preocupante é a paralisia ou perda de movimento, que pode estar associada a doenças neurológicas e ortopédicas, como extrusões de disco intervertebral, e que configuram emergências absolutas.
Nestes casos, quanto mais cedo o tratamento for iniciado, maiores as chances de recuperação funcional. Edema intenso, deformidades visíveis, crepitação óssea ou membros em posições anormais após trauma também são achados que não permitem espera.
Além disso, feridas abertas com exposição óssea, secreção purulenta em regiões articulares ou sinais de infecção pós-operatória exigem intervenção rápida para evitar complicações sistêmicas.
A mudança comportamental do animal também deve ser considerada: cães e gatos que repentinamente ficam apáticos, se escondem, param de se alimentar ou reagem de forma agressiva ao toque podem estar sinalizando dor grave de origem ortopédica.
O tutor deve estar atento ao fato de que, em ortopedia, muitas condições que parecem apenas “um problema de locomoção” podem rapidamente evoluir para quadros irreversíveis caso não haja atendimento imediato.
Portanto, sinais como dor intensa e repentina, incapacidade de apoiar um membro, paralisia súbita, deformidades visíveis, feridas com exposição óssea ou sinais de infecção devem ser considerados urgências ortopédicas.
Nessas situações, a conduta correta é levar o animal o mais rápido possível a um médico-veterinário ortopedista ou a um serviço de pronto-atendimento, evitando tentativas caseiras de imobilização ou aumento de medicação por conta própria.
A agilidade no diagnóstico e no início do tratamento é determinante para preservar a função, reduzir a dor e garantir melhor qualidade de vida ao paciente.
Referências bibliográficas
Fossum, T. W. (2019). Small Animal Surgery. 5th ed. Elsevier.
Johnston, S. A., & Tobias, K. M. (2018). Veterinary Surgery: Small Animal. 2nd ed. Elsevier.
Sobre o autor
Felipe Garofallo é médico-veterinário (CRMV/SP 39.972) especializado em ortopedia e neurocirurgia de cães e gatos e proprietário da empresa Ortho for Pets: Ortopedia Veterinária e Especialidades.