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Seu cão está sem apetite? Saiba o que fazer

Atualizado: 12 de set.

Seu cão está sem apetite? Essa situação pode gerar bastante preocupação, especialmente quando o animal costuma se alimentar bem e, de repente, recusa comida.


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A perda de apetite, ou hiporexia, pode ter diversas causas, desde fatores simples e pontuais até sinais de problemas mais sérios que exigem atenção veterinária.


Observar outros comportamentos associados e agir com rapidez é essencial para garantir a saúde e o bem-estar do seu companheiro.

Em primeiro lugar, é importante entender há quanto tempo o cão está sem comer. Se ele recusou apenas uma refeição, mas está ativo, bebendo água, urinando normalmente e sem outros sinais clínicos, pode ser apenas um episódio passageiro.


Mudanças na rotina, estresse, calor excessivo ou até mesmo uma leve indisposição digestiva podem levar o animal a pular uma refeição. Nesses casos, não há necessidade de desespero: ofereça a próxima refeição normalmente, sem forçar, e observe a resposta do animal.


Por outro lado, se o cão deixa de se alimentar por mais de 24 horas — ou por mais de 12 horas, no caso de filhotes, cães idosos ou doentes — é importante buscar ajuda veterinária.


A falta de apetite pode ser sintoma de doenças infecciosas, problemas gastrointestinais, dor, febre, distúrbios metabólicos, intoxicações, alterações hormonais e até quadros neurológicos.


Cães em pós-operatório, por exemplo, costumam ter redução do apetite, mas a recusa total e persistente ao alimento deve sempre ser investigada.


Além da ausência de apetite, outros sinais que devem chamar a atenção incluem vômitos, diarreia, apatia, febre, dor abdominal, dificuldade para andar, respiração ofegante ou mudanças de comportamento.


Esses sintomas associados sugerem que a inapetência não é isolada e reforçam a necessidade de avaliação clínica. O veterinário poderá realizar exames físicos e laboratoriais para chegar ao diagnóstico correto e iniciar o tratamento adequado.


Enquanto aguarda a consulta ou se o veterinário já avaliou e descartou causas graves, existem algumas estratégias que podem ser adotadas em casa para estimular o apetite.


Oferecer alimentos levemente aquecidos pode tornar o aroma mais atrativo, principalmente em cães com olfato reduzido.


Optar por alimentos mais úmidos, como patês específicos para cães, pode ser útil em momentos de inapetência. Algumas rações possuem versões "palatabilizadas", desenvolvidas justamente para estimular o interesse dos animais pela comida.


Também é possível oferecer uma alimentação mais variada, sempre com alimentos seguros e autorizados pelo veterinário.


Frango desfiado cozido sem temperos, arroz bem cozido, abóbora ou batata-doce amassadas são opções frequentemente recomendadas em situações pontuais, especialmente para cães com sensibilidade gastrointestinal.


No entanto, é fundamental não transformar essas medidas emergenciais em rotina, nem exagerar na variedade, pois isso pode desregular o hábito alimentar e causar desequilíbrios nutricionais.


É importante evitar oferecer petiscos em excesso enquanto o cão recusa a ração, pois isso pode reforçar comportamentos seletivos.


O ideal é estabelecer horários fixos para alimentação, retirar o pote se o cão não comer em 15 a 20 minutos e tentar novamente mais tarde. Cães que aprendem que vão receber algo “melhor” se recusarem a comida podem se tornar ainda mais seletivos, o que dificulta a reeducação alimentar no futuro.


Em casos crônicos ou persistentes, o veterinário pode indicar o uso de medicamentos estimulantes de apetite ou, em situações graves, suplementação nutricional por via oral ou até mesmo por sonda, especialmente em pacientes debilitados. Cada caso deve ser avaliado individualmente para determinar o melhor protocolo terapêutico.


Por fim, manter a vermifugação em dia, oferecer alimentos de qualidade, garantir um ambiente tranquilo durante as refeições e observar atentamente o comportamento do animal são formas eficazes de prevenir episódios de inapetência. O tutor atento é o primeiro a perceber mudanças sutis e pode fazer toda a diferença na recuperação rápida do cão.


Referências bibliográficas:


Chandler, M. L. (2011). Nutritional Management of Hospitalized Small Animals. Veterinary Clinics of North America: Small Animal Practice, 41(6), 1223–1235.Zoran, D. L. (2010).


Obesity and weight management. Veterinary Clinics of North America: Small Animal Practice, 40(2), 255–270.


Sobre o autor


Dr. Felipe Garofallo, veterinário ortopedista, especializado no diagnóstico e tratamento de problemas articulares e musculoesqueléticos em cães

Felipe Garofallo é médico-veterinário (CRMV/SP 39.972) especializado em ortopedia e neurocirurgia de cães e gatos e proprietário da empresa Ortho for Pets: Ortopedia Veterinária e Especialidades.


 
 

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