Recuperação pós-operatória de cirurgias ortopédicas em cães e gatos
- Felipe Garofallo

- 5 de dez. de 2024
- 3 min de leitura
Atualizado: 12 de out.
A recuperação pós-operatória de cirurgias ortopédicas em cães e gatos é um processo delicado que exige atenção minuciosa por parte dos tutores e da equipe veterinária.
Esses procedimentos, frequentemente realizados para tratar condições como displasia coxofemoral, ruptura do ligamento cruzado cranial e luxação de patela, demandam um plano de reabilitação bem estruturado para garantir o sucesso do tratamento e o retorno do animal a uma vida funcional.

Nos primeiros dias após a cirurgia, o controle da dor é prioridade absoluta. O manejo analgésico inclui medicamentos anti-inflamatórios e, em casos mais graves, opioides.
O objetivo é minimizar o desconforto, permitindo que o animal mantenha um comportamento natural, essencial para evitar complicações como estresse ou automutilação. Além disso, o uso de colares elisabetanos ou roupas cirúrgicas é indispensável para proteger a área operada e prevenir infecções.
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Voltando ao nosso tópico, a restrição de movimento é outra etapa fundamental no pós-operatório imediato. A maioria das cirurgias ortopédicas exige que o animal seja mantido em repouso absoluto por um período que varia de duas a seis semanas, dependendo do procedimento realizado.
Durante esse período, o tutor deve criar um ambiente seguro, com piso antiderrapante e área limitada para evitar acidentes. A supervisão constante é essencial para garantir que o animal não pule, corra ou suba em móveis, atividades que podem comprometer a estabilidade da cirurgia.
Após a fase inicial de repouso, inicia-se a reabilitação física, que deve ser conduzida de forma gradual e sob orientação veterinária. A fisioterapia desempenha um papel crucial na recuperação ortopédica, ajudando a restaurar a força muscular, melhorar a amplitude de movimento articular e reduzir o risco de aderências.
Técnicas como exercícios passivos, caminhada controlada em superfície plana e hidroterapia são amplamente utilizadas e adaptadas às necessidades específicas de cada paciente.
Outro aspecto importante da recuperação é a nutrição. Cães e gatos submetidos a cirurgias ortopédicas devem receber uma dieta equilibrada, rica em proteínas de alta qualidade, para promover a cicatrização dos tecidos. Suplementos contendo ácidos graxos ômega-3, condroitina e glucosamina também podem ser indicados para melhorar a saúde articular e reduzir a inflamação.
A comunicação entre o tutor e a equipe veterinária é um elemento-chave para o sucesso do pós-operatório. Durante as consultas de acompanhamento, o veterinário avalia o progresso do animal, verifica a cicatrização da incisão cirúrgica e ajusta o plano de reabilitação conforme necessário. Caso haja sinais de complicações, como inchaço excessivo, secreção na ferida, febre ou claudicação persistente, o tutor deve buscar atendimento veterinário imediatamente.
A recuperação pós-operatória é um processo que exige paciência e comprometimento. Quando bem conduzida, pode proporcionar uma qualidade de vida significativamente melhor para o animal, permitindo que ele retome suas atividades normais e se mantenha ativo e saudável.
Referências Bibliográficas:
1) Fossum, T. W. (2018). Small Animal Surgery. 5th Edition. Elsevier.
2) Johnston, S. A., & Tobias, K. M. (2017). Veterinary Surgery: Small Animal. 2nd Edition. Elsevier
Sobre o autor

Felipe Garofallo é médico-veterinário (CRMV/SP 39.972) especializado em ortopedia e neurocirurgia de cães e gatos e proprietário da empresa Ortho for Pets: Ortopedia Veterinária e Especialidades.
