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Ranitidina em cães

Atualizado: 12 de set.

A ranitidina é um fármaco anti-histamínico pertencente à classe dos antagonistas dos receptores H2 da histamina. Seu principal mecanismo de ação é a inibição da secreção ácida gástrica por bloqueio competitivo desses receptores presentes nas células parietais do estômago.


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Embora originalmente desenvolvida para uso humano, a ranitidina também encontrou espaço na medicina veterinária, especialmente no tratamento de doenças gastrointestinais em cães.


Em cães, a ranitidina é utilizada como agente gastroprotetor, principalmente nos casos de gastrite, esofagite, úlceras gástricas e duodenais.


Sua administração ajuda a reduzir a produção de ácido clorídrico no estômago, promovendo um ambiente menos agressivo para a mucosa gástrica e permitindo que lesões já existentes possam cicatrizar com maior eficácia.


Por esse motivo, é frequentemente prescrita como parte de protocolos terapêuticos em pacientes que estão em uso prolongado de anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs), corticosteroides ou que apresentem vômitos recorrentes associados a desconforto gástrico.


A ranitidina possui uma ação mais curta quando comparada aos inibidores da bomba de prótons (como o omeprazol ou pantoprazol), o que pode exigir sua administração mais de uma vez ao dia, geralmente a cada 8 ou 12 horas.


Além disso, seu efeito sobre o pH gástrico é menos potente, o que fez com que seu uso fosse progressivamente substituído por fármacos mais modernos em casos de úlceras mais graves. No entanto, ela ainda pode ser uma boa opção em casos leves ou quando o uso de inibidores de bomba de prótons é contraindicado.


Outro benefício da ranitidina é sua leve ação procinética. Em alguns cães, ela pode ajudar a melhorar o esvaziamento gástrico e a motilidade intestinal, embora esse efeito seja modesto em comparação a outros agentes específicos como a metoclopramida ou o cisapride.


A administração deve ser sempre feita sob orientação veterinária, com posologia ajustada ao peso, estado clínico e histórico do paciente.


A ranitidina, em geral, é bem tolerada por cães, com baixo índice de efeitos colaterais quando utilizada corretamente. Reações adversas são raras, mas podem incluir diarreia, vômitos ou alterações na frequência cardíaca em animais mais sensíveis.


Vale ressaltar que, em 2020, a ranitidina foi retirada do mercado humano em diversos países devido à presença de impurezas potencialmente carcinogênicas (como a N-nitrosodimetilamina – NDMA) em alguns lotes.


No entanto, isso não significa que seu uso veterinário tenha sido banido, e muitos profissionais ainda fazem uso do fármaco, especialmente em países onde versões veterinárias estão disponíveis e seguras.

Em síntese, a ranitidina continua sendo uma alternativa válida em muitos protocolos terapêuticos veterinários.


Embora existam opções mais potentes no controle da acidez gástrica, sua boa tolerância e custo acessível fazem com que ainda seja considerada por muitos veterinários pelo mundo como uma ferramenta útil em determinadas situações clínicas.

Referências bibliográficas:

Plumb, D.C. (2018). Plumb’s Veterinary Drug Handbook. 9th ed. Wiley-Blackwell.

Papich, M.G. (2021). Saunders Handbook of Veterinary Drugs: Small and Large Animal. 5th ed. Elsevier.


Sobre o autor


Dr. Felipe Garofallo, veterinário ortopedista, especializado no diagnóstico e tratamento de problemas articulares e musculoesqueléticos em cães

Felipe Garofallo é médico-veterinário (CRMV/SP 39.972) especializado em ortopedia e neurocirurgia de cães e gatos e proprietário da empresa Ortho for Pets: Ortopedia Veterinária e Especialidades.


Horário: Segunda à sexta, 09h às 18h. Sábados 10:00 às 14:00
Whatsapp: (11)97522-5102
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