Radiografias comparativas bilaterais em cães: quando são indispensáveis
- Felipe Garofallo

- 19 de out.
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As radiografias comparativas bilaterais são indispensáveis sempre que há suspeita de assimetria funcional ou estrutural entre os membros, especialmente em casos ortopédicos sutis, em que alterações precoces podem passar despercebidas se avaliadas isoladamente.

Esse tipo de exame permite identificar diferenças mínimas de densidade, alinhamento, espaço articular e formato ósseo, fundamentais para o diagnóstico precoce e o planejamento cirúrgico.
Nos cães, a comparação entre os dois lados do corpo ajuda a distinguir alterações anatômicas normais de anormalidades patológicas.
Em situações de claudicação leve, por exemplo, o membro afetado pode parecer radiograficamente normal até que seja comparado ao contralateral.
Essa análise é particularmente importante em doenças de evolução lenta, como osteoartrite, displasia coxofemoral e luxação de patela.
As radiografias bilaterais são também essenciais em filhotes, quando há suspeita de deformidades angulares, discrepâncias de crescimento ou osteocondroses.
A comparação permite avaliar o estágio de desenvolvimento ósseo e identificar precocemente desvios de eixo, possibilitando intervenções corretivas ainda durante o crescimento.
Em contextos cirúrgicos, a imagem do membro não afetado serve como referência anatômica para o planejamento da intervenção, principalmente em osteotomias corretivas e reconstruções articulares. Ela fornece parâmetros para mensuração de ângulos, comprimento e posicionamento de implantes, garantindo maior precisão técnica e simetria funcional.
Mesmo em pacientes com lesões bilaterais, o exame comparativo é útil para avaliar o grau de comprometimento relativo e acompanhar a evolução da doença.
Essa análise lado a lado facilita a interpretação de progressão e a escolha do membro mais comprometido para intervenção prioritária.
Em resumo, as radiografias comparativas bilaterais são indispensáveis sempre que há suspeita de doença ortopédica assimétrica, necessidade de mensuração anatômica precisa ou avaliação de desenvolvimento ósseo.
As radiografias aumentam a confiabilidade diagnóstica e são parte fundamental da rotina ortopédica de alta qualidade.
Referências bibliográficas:
1. Thrall, D. E. (2018). Textbook of Veterinary Diagnostic Radiology (7th ed.). Elsevier.
2. Morgan, J. P., & Wind, A. P. (1996). Bone and Joint Radiology in the Dog and Cat. In Ettinger, S. J., & Feldman, E. C. (Eds.), Textbook of Veterinary Internal Medicine (4th ed.). W.B. Saunders Company.
Sobre o autor

Felipe Garofallo é médico-veterinário (CRMV/SP 39.972) especializado em ortopedia e neurocirurgia de cães e gatos e proprietário da empresa Ortho for Pets: Ortopedia Veterinária e Especialidades.