Quanto custa uma cirurgia ortopédica em cães: fatores que influenciam
- Felipe Garofallo

- 19 de set.
- 2 min de leitura
O custo de uma cirurgia ortopédica em cães é um tema que desperta bastante dúvida entre os tutores, já que não existe um valor fixo e universal.

O preço final depende de uma série de fatores que vão desde a complexidade do procedimento até a infraestrutura da clínica onde será realizado. Antes de pensar apenas no valor, é importante compreender os elementos que influenciam esse investimento, pois a qualidade do atendimento e da técnica cirúrgica impactam diretamente na recuperação e na qualidade de vida do animal.
Um dos principais fatores que determinam o custo é o tipo de cirurgia indicada. Procedimentos como a correção de luxação de patela, reparo de fraturas, tratamento de displasia coxofemoral ou a reconstrução do ligamento cruzado cranial variam bastante em tempo cirúrgico, necessidade de implantes ortopédicos e grau de complexidade técnica.
Cirurgias que utilizam placas, parafusos, hastes ou sistemas avançados, como a osteotomia de nivelamento do platô tibial (TPLO), geralmente apresentam custos mais elevados devido ao preço dos implantes e ao nível de especialização exigido.
Outro aspecto relevante é o porte do cão. Animais maiores demandam materiais de maior resistência, doses mais altas de medicamentos anestésicos e analgésicos, além de equipamentos específicos para manipulação. Isso significa que o mesmo procedimento pode ter valores diferentes quando comparado em cães de pequeno, médio ou grande porte.
A experiência e a especialização do cirurgião veterinário também influenciam no custo. Profissionais com formação em ortopedia e neurocirurgia tendem a cobrar mais, mas trazem maior segurança técnica, reduzindo riscos de complicações e aumentando as chances de um resultado funcional satisfatório.
Além disso, clínicas com infraestrutura adequada, como centro cirúrgico equipado, monitoração anestésica avançada, radiografia digital e equipe de suporte treinada agregam valor ao procedimento, refletindo no preço final.
Não se pode esquecer ainda do período pós-operatório. A internação, fisioterapia, medicações e revisões fazem parte do tratamento completo e devem ser considerados no planejamento financeiro.
Em muitos casos, esses cuidados adicionais são fundamentais para garantir que o animal volte a andar, correr e brincar com qualidade de vida.
Por fim, vale reforçar que o custo de uma cirurgia ortopédica não deve ser analisado isoladamente como uma despesa, mas sim como um investimento na saúde e bem-estar do animal.
Optar por procedimentos mais baratos, realizados sem a técnica adequada ou com materiais de baixa qualidade, pode gerar complicações graves, necessidade de novas cirurgias e até sequelas permanentes.
O ideal é buscar sempre clínicas de confiança, que prezem pela transparência e pela excelência nos cuidados oferecidos.
Referências bibliográficas
Piermattei DL, Flo GL, DeCamp CE. Handbook of Small Animal Orthopedics and Fracture Repair. 5th ed. St. Louis: Elsevier; 2016.
Fossum TW. Small Animal Surgery. 5th ed. St. Louis: Elsevier; 2019.
Sobre o autor

Felipe Garofallo é médico-veterinário (CRMV/SP 39.972) especializado em ortopedia e neurocirurgia de cães e gatos e proprietário da empresa Ortho for Pets: Ortopedia Veterinária e Especialidades.