Quando considerar uma cirurgia para hérnia de disco em cães
- Felipe Garofallo
- 2 de set. de 2024
- 3 min de leitura
Atualizado: 28 de set.
A hérnia de disco é uma condição comum em cães, especialmente em raças predispostas como Dachshunds, Beagles e Cocker Spaniels.
Essa condição ocorre quando o material gelatinoso do disco intervertebral se desloca, comprimindo a medula espinhal e causando dor, fraqueza ou até paralisia.
Decidir quando considerar a cirurgia para tratar uma hérnia de disco em cães é uma questão delicada, que depende de vários fatores, incluindo a gravidade dos sintomas, a resposta ao tratamento conservador e a qualidade de vida do animal.
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Voltando ao nosso tópico, a primeira consideração ao avaliar a necessidade de cirurgia é o nível de comprometimento neurológico do cão. Em casos leves, onde o animal apresenta apenas dor e algum grau de claudicação, o tratamento conservador pode ser eficaz.
Esse tratamento geralmente inclui repouso absoluto, medicamentos para dor e inflamação, e, em alguns casos, fisioterapia. No entanto, se o cão não apresentar melhora após algumas semanas de tratamento conservador, ou se os sintomas piorarem, a cirurgia pode se tornar a melhor opção.
A cirurgia é geralmente recomendada em casos em que o cão apresenta sinais neurológicos mais graves, como paralisia parcial ou total dos membros, perda de função urinária ou fecal, ou dor intensa que não responde aos medicamentos.
Nesses casos, a cirurgia é necessária para descomprimir a medula espinhal e evitar danos permanentes. O tempo é um fator crucial; quanto mais cedo a cirurgia for realizada após o aparecimento dos sintomas graves, melhores serão as chances de recuperação completa.
Outro fator importante na decisão pela cirurgia é a qualidade de vida do cão. Se a dor e a limitação de movimento estão afetando significativamente a vida diária do animal, e o tratamento conservador não está proporcionando alívio, a cirurgia pode ser a melhor forma de restaurar a mobilidade e o conforto do cão.
A cirurgia pode não apenas aliviar a dor, mas também permitir que o cão volte a ter uma vida normal, sem as limitações impostas pela hérnia de disco.
O tipo de cirurgia a ser realizada depende da localização e da extensão da hérnia. As técnicas mais comuns incluem a hemilaminectomia, que remove parte do osso vertebral para aliviar a pressão sobre a medula espinhal, e a fenestração, que remove o material do disco deslocado.
A escolha do procedimento depende da avaliação do veterinário ortopedista, que levará em consideração a condição específica do animal.
Embora a decisão de submeter um cão a uma cirurgia seja sempre difícil, é importante lembrar que, em muitos casos, a cirurgia pode ser a única opção para melhorar significativamente a qualidade de vida do animal e prevenir danos neurológicos permanentes.
A recuperação pós-cirúrgica pode ser desafiadora, mas com o apoio de uma equipe veterinária experiente e comprometida, a maioria dos cães se recupera bem e retoma suas atividades normais.
Se você perceber que seu cão está apresentando sinais de hérnia de disco, como dor intensa, fraqueza nas pernas, ou dificuldade para caminhar, é essencial buscar uma avaliação veterinária imediatamente.
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Referências bibliográficas
BRIGHT, R. M. **Intervertebral Disc Disease in Dogs: Surgical and Non-Surgical Management**. New York: Wiley-Blackwell, 2018.
SMITH, R. K. **Neurological and Orthopedic Interventions for Dogs**. Philadelphia: Saunders,
2021.
Sobre o autor
Felipe Garofallo é médico-veterinário (CRMV/SP 39.972) especializado em ortopedia e neurocirurgia de cães e gatos e proprietário da empresa Ortho for Pets: Ortopedia Veterinária e Especialidades.