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Quais ossos são mais afetados pelo osteossarcoma em cães?

Atualizado: 12 de set.

Osteossarcoma é o tumor ósseo primário mais comum em cães, representando cerca de 85% de todas as neoplasias ósseas malignas nesta espécie. Ele afeta principalmente cães de grande porte e raças gigantes, como Rottweiler, Labrador Retriever, Golden Retriever, Pastor Alemão e Dogue Alemão.


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Embora possa acometer qualquer osso do esqueleto, há uma clara predileção anatômica por determinadas regiões, o que ajuda os clínicos a manterem um alto grau de suspeita diante de sinais compatíveis.


As localizações mais frequentemente acometidas pelo osteossarcoma em cães incluem os ossos longos dos membros, especialmente nas metáfises — regiões de intensa atividade celular. A clássica distribuição anatômica segue o padrão “away from the elbow and toward the knee” (“longe do cotovelo e em direção ao joelho”). Isso significa que as áreas mais comumente afetadas são o rádio distal (próximo ao carpo), o úmero proximal (perto do ombro), a tíbia proximal e o fêmur distal.


Essas localizações explicam os sinais clínicos mais comuns, como claudicação progressiva, dor intensa e aumento de volume local, frequentemente confundidos inicialmente com lesões ortopédicas benignas ou traumáticas.


Apesar de ser uma neoplasia altamente agressiva localmente e com grande potencial metastático, especialmente para os pulmões, o tratamento do osteossarcoma em cães ainda gera debates, particularmente quando se discute o papel da amputação. A amputação do membro afetado continua sendo considerada o tratamento padrão ouro para controle da dor e da progressão local da doença.


Ela proporciona alívio rápido e significativo da dor e melhora substancial na qualidade de vida da maioria dos pacientes, mesmo na ausência de quimioterapia. A decisão por amputar, no entanto, deve ser cuidadosamente avaliada caso a caso, levando em conta o estado geral do animal, presença de comorbidades ortopédicas em outros membros, idade, porte e principalmente as expectativas do tutor.


Quando combinada com quimioterapia adjuvante — geralmente baseada em agentes como o carboplatina ou a doxorrubicina — a amputação pode estender a sobrevida média para cerca de 10 a 12 meses. Sem tratamento além da amputação, essa média é menor, girando em torno de 4 a 6 meses, devido à alta taxa de metástase pulmonar.


Em alguns casos selecionados, a cirurgia de preservação do membro com ressecção tumoral e enxerto ou prótese óssea pode ser considerada, especialmente quando a função do membro é essencial ou a amputação não é possível, mas esses procedimentos exigem recursos técnicos elevados e não são tão amplamente disponíveis quanto a amputação.


Em resumo, a amputação permanece como a principal abordagem terapêutica para cães com osteossarcoma, especialmente em casos em que não há metástase detectável no momento do diagnóstico. Quando bem conduzida, acompanhada de quimioterapia e cuidados paliativos adequados, ela pode proporcionar meses de qualidade de vida com controle efetivo da dor. Ainda assim, cada decisão deve ser individualizada, respeitando os limites do paciente e os valores do tutor.


Referências bibliográficas:

Withrow, S. J., Vail, D. M., & Page, R. L. (2013). Withrow and MacEwen's Small Animal Clinical Oncology (5th ed.). Elsevier Health Sciences.

Ehrhart, N. P., Ryan, S. D., & Fan, T. M. (2020). Tumors of the Skeletal System. In D. M. Vail, D. L. Thamm, & J. Liptak (Eds.), Withrow and MacEwen's Small Animal Clinical Oncology (6th ed.). Elsevier.


Sobre o autor


Dr. Felipe Garofallo, veterinário ortopedista, especializado no diagnóstico e tratamento de problemas articulares e musculoesqueléticos em cães

Felipe Garofallo é médico-veterinário (CRMV/SP 39.972) especializado em ortopedia e neurocirurgia de cães e gatos e proprietário da empresa Ortho for Pets: Ortopedia Veterinária e Especialidades.


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