Proteína C reativa em cães: o que é, para que serve e quando está alterada
- Felipe Garofallo

- 21 de jul.
- 2 min de leitura
Atualizado: 12 de set.
A proteína C reativa (PCR) em cães é uma proteína de fase aguda produzida pelo fígado em resposta a processos inflamatórios no organismo.

Assim como em humanos, seu nível se eleva rapidamente na presença de inflamação sistêmica, infecção, trauma ou neoplasias, tornando-se um marcador sensível, embora não específico de inflamação ativa.
Quando ocorre uma agressão ao organismo, como infecção bacteriana, lesão tecidual ou doença autoimune, o fígado é estimulado por citocinas inflamatórias (como IL-6 e TNF-α) a produzir grandes quantidades de proteína c reativa. Isso pode acontecer em questão de horas, e os níveis costumam aumentar de forma proporcional à intensidade do processo inflamatório.
Na medicina veterinária, a dosagem da proteína C reativa em cães tem sido cada vez mais utilizada como ferramenta complementar no diagnóstico e, principalmente, no monitoramento da resposta ao tratamento. Em doenças como pancreatite, piometra, pneumonia, peritonite, infecções generalizadas e neoplasias, a PCR ajuda a acompanhar a evolução clínica e a eficácia da terapêutica instituída.
É importante destacar que a PCR é um marcador inespecífico: ela indica que há inflamação ativa, mas não aponta a causa. Por isso, deve sempre ser interpretada em conjunto com a anamnese, o exame clínico e outros exames laboratoriais e de imagem.
A dosagem da proteína C reativa pode ser feita por métodos laboratoriais ou por testes rápidos imunocromatográficos. Em situações clínicas, é comum realizar coletas seriadas para avaliar a tendência, se os valores estão subindo ou diminuindo com o passar dos dias.
Valores persistentemente elevados podem indicar que o tratamento não está surtindo efeito ou que existe uma complicação subjacente.
Já a normalização da PCR costuma ser um sinal favorável de recuperação. Por esse motivo, ela é especialmente útil na medicina intensiva veterinária.
Apesar de não ser um exame de rotina, a proteína C reativa em cães representa um recurso valioso para casos complexos e deve fazer parte do arsenal diagnóstico de clínicas e hospitais veterinários que lidam com quadros inflamatórios severos ou pouco responsivos.
Referências bibliográficas
CERÓN, J. J. et al. Acute phase proteins in dogs and cats: current knowledge and future perspectives. Veterinary Clinical Pathology, 2005.
PETERSEN, H. H. et al. Applications of acute phase proteins in veterinary clinical chemistry. Veterinary Research, 2004.
Sobre o autor

Felipe Garofallo é médico-veterinário (CRMV/SP 39.972) especializado em ortopedia e neurocirurgia de cães e gatos e proprietário da empresa Ortho for Pets: Ortopedia Veterinária e Especialidades.