Limpeza de tártaro em cachorro: Como é o pós-operatório?
- Felipe Garofallo

- 26 de set.
- 3 min de leitura
Atualizado: 12 de out.
O pós-operatório de limpeza de tártaro em cachorro, também conhecido como profilaxia dentária, é uma etapa essencial para garantir a recuperação adequada do animal e prolongar os benefícios do procedimento.

A limpeza de tártaro é realizada sob anestesia geral, o que por si só já exige cuidados especiais, principalmente no período imediato após o procedimento.
O tutor deve estar ciente de que, embora seja considerada uma cirurgia de baixa complexidade, ainda assim envolve riscos anestésicos, manipulação oral e necessidade de atenção rigorosa para evitar complicações.
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Voltando ao nosso tópico, nas primeiras horas após a limpeza, é comum que o cão apresente sonolência, falta de coordenação motora ou até episódios de vômito devido aos efeitos residuais da anestesia. Por isso, recomenda-se oferecer um ambiente calmo, aquecido e livre de estímulos excessivos.
O tutor deve observar atentamente a respiração do animal, sua disposição para se levantar e o retorno do apetite. Caso haja dificuldade respiratória, salivação excessiva com sangue ou apatia prolongada, é fundamental procurar imediatamente o médico-veterinário.
Durante os primeiros dias de recuperação, a alimentação deve ser ajustada. Rações secas e duras podem causar desconforto se a gengiva estiver sensível após a raspagem.
Assim, muitas vezes recomenda-se amolecer a ração com água morna ou oferecer alimentos úmidos prescritos pelo veterinário.
Em casos de extrações dentárias associadas, esse cuidado deve ser ainda mais rigoroso para evitar dor e lesões no local. Além disso, é possível que o cão apresente um leve sangramento gengival nas primeiras 24 horas, o que geralmente é autolimitado, mas deve ser monitorado.
Outro ponto essencial no pós-operatório é a administração correta das medicações prescritas. Normalmente, o veterinário orienta o uso de antibióticos para evitar infecções bacterianas, anti-inflamatórios para reduzir o desconforto e analgésicos quando necessário.
É crucial respeitar as doses e horários indicados, pois a boca é uma região muito vascularizada e vulnerável a processos infecciosos. A interrupção precoce do antibiótico, por exemplo, pode favorecer recidivas ou resistência bacteriana.
A higiene oral após a limpeza de tártaro também é um aspecto central para o sucesso a longo prazo.
Muitos tutores acreditam que apenas a profilaxia é suficiente, mas sem manutenção adequada, o acúmulo de placa bacteriana retorna em poucas semanas.
Escovação dentária diária com cremes específicos para cães é o método mais eficaz de prevenção, mas também podem ser utilizados enxaguantes veterinários, petiscos funcionais e brinquedos odontológicos indicados pelo profissional.
O período pós-operatório, portanto, não deve ser encarado apenas como um momento de recuperação, mas como o início de uma nova rotina de cuidados.
Em resumo, o pós-operatório da limpeza de tártaro em cachorro envolve repouso imediato após a anestesia, ajustes alimentares nos primeiros dias, administração correta de medicamentos e implementação de medidas preventivas contínuas para a saúde bucal.
A adesão do tutor às orientações veterinárias é determinante para que os benefícios do procedimento sejam duradouros e o animal mantenha qualidade de vida, livre de dor e complicações relacionadas à doença periodontal.
Referências bibliográficas
Niemiec, B. A. (2013). Veterinary Dentistry: A Team Approach. Elsevier Health Sciences.
Lobprise, H., & Dodd, J. R. (2019). Wiggs’s Veterinary Dentistry: Principles and Practice. Wiley-Blackwell.
Sobre o autor

Felipe Garofallo é médico-veterinário (CRMV/SP 39.972) especializado em ortopedia e neurocirurgia de cães e gatos e proprietário da empresa Ortho for Pets: Ortopedia Veterinária e Especialidades.
