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Por que meu cachorro está lambendo muito as patas?

Atualizado: 12 de set

Ver um cachorro lambendo insistentemente as patas é uma cena comum, mas que nem sempre deve ser considerada normal.


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Embora uma lambida ocasional faça parte do comportamento natural de higiene, o excesso de lambedura pode ser sinal de que algo não vai bem. Quando esse hábito se torna frequente, obsessivo ou causa feridas na pele, é essencial investigar a causa e buscar ajuda veterinária.


Uma das causas mais comuns é a alergia, que pode ser alimentar, ambiental (como ácaros, pólen, mofo) ou de contato (grama, produtos de limpeza, certos tecidos). As patas são frequentemente as primeiras áreas afetadas por coceira alérgica, já que estão em contato direto com o chão. Nesses casos, o cachorro lambe como forma de aliviar o incômodo, o que pode piorar ainda mais a inflamação local.


Outro fator muito frequente é a dermatite por lambedura, também chamada de granuloma acral. Nesse quadro, o ato de lamber se torna compulsivo, quase como uma forma de lidar com tédio, ansiedade ou estresse. Cães que ficam muito tempo sozinhos, com baixa estimulação física e mental, são mais propensos a desenvolver esse tipo de comportamento repetitivo, que pode virar um ciclo vicioso difícil de quebrar.


Corpos estranhos como espinhos, pedrinhas, cacos de vidro ou resíduos presos entre os dedos também podem causar dor e incômodo, levando o cão a lamber excessivamente. Nesses casos, é comum observar sensibilidade ao toque ou claudicação. Da mesma forma, infecções bacterianas ou fúngicas nas patas podem gerar coceira, odor forte e vermelhidão, o que estimula ainda mais a lambedura.


Não se pode esquecer das doenças ortopédicas, como dor articular, especialmente em cães mais velhos. Um cão com dor no cotovelo ou no carpo, por exemplo, pode lamber a região como uma tentativa de aliviar o desconforto, mesmo que o problema esteja mais profundo, na articulação ou em tendões.


Quando a lambedura é constante, provoca feridas ou altera o comportamento do animal, a avaliação veterinária é indispensável. O tratamento dependerá da causa — podendo incluir controle de alergias, mudança alimentar, medicamentos, limpeza tópica, uso de colar elisabetano, enriquecimento ambiental e até tratamento comportamental.


Ignorar o problema ou tratá-lo apenas como mania pode piorar o quadro e gerar infecções, mutilações e sofrimento desnecessário. Por isso, sempre que perceber seu cachorro lambendo muito as patas, encare o sinal como um alerta do corpo dele. Quanto mais cedo o diagnóstico for feito, mais simples e eficaz será o tratamento.


Referências bibliográficas


  1. Hnilica, K. A., & Patterson, A. P. (2016). Small Animal Dermatology: A Color Atlas and Therapeutic Guide. Elsevier.

  2. Overall, K. L. (2013). Manual of Clinical Behavioral Medicine for Dogs and Cats. Elsevier.


Sobre o autor


Dr. Felipe Garofallo, veterinário ortopedista, especializado no diagnóstico e tratamento de problemas articulares e musculoesqueléticos em cães

Felipe Garofallo é médico-veterinário (CRMV/SP 39.972) especializado em ortopedia e neurocirurgia de cães e gatos e proprietário da empresa Ortho for Pets: Ortopedia Veterinária e Especialidades.


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