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PEA (Palmitoiletanolamida) em cães

Atualizado: 12 de set.

A palmitoiletanolamida (PEA) é um composto lipídico pertencente à família das amidas de ácidos graxos, sintetizado endogenamente pelo organismo de mamíferos, incluindo cães.


A PEA atua como um modulador da resposta inflamatória e da dor, exercendo efeitos analgésicos e anti-inflamatórios principalmente por meio da modulação da ativação de mastócitos, da glia e de receptores nucleares como o PPAR-α (receptor ativado por proliferador de peroxissoma alfa).


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O interesse no uso da PEA na medicina veterinária vem crescendo nos últimos anos devido ao seu potencial no manejo de condições dolorosas crônicas, como osteoartrite, neuropatias e processos inflamatórios persistentes.


Em cães, a PEA tem sido estudada como adjuvante terapêutico em quadros de dor crônica não responsivos apenas aos anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) ou em situações onde o uso prolongado desses medicamentos pode gerar efeitos adversos gastrointestinais, renais ou hepáticos.


Por possuir um perfil de segurança considerado favorável, a PEA é bem tolerada pela maioria dos pacientes e pode ser administrada por períodos prolongados, especialmente nas formulações micronizadas ou ultramicronizadas, que apresentam maior biodisponibilidade.


A ação analgésica da PEA é atribuída à sua capacidade de reduzir a hiperativação de células imunes no sistema nervoso periférico e central, limitando a liberação de mediadores pró-inflamatórios e diminuindo a sensibilização neuronal. Além disso, seu efeito sobre o PPAR-α contribui para o controle da expressão de genes relacionados à inflamação, modulando a resposta de forma mais fisiológica e menos agressiva para o organismo.

Estudos clínicos com cães portadores de osteoartrite demonstraram que a suplementação com PEA, isolada ou em associação a outros nutracêuticos, pode reduzir a claudicação, melhorar a mobilidade e aumentar a disposição para atividades diárias, com efeito percebido após algumas semanas de uso contínuo.


Vale ressaltar que, apesar de promissora, a PEA não substitui terapias convencionais, sendo mais indicada como parte de um protocolo multimodal de controle da dor e inflamação.

O uso de PEA deve ser sempre orientado por um médico-veterinário, que irá definir a dose e a formulação mais adequada, considerando o peso, o estado clínico e as comorbidades do paciente. Apesar do perfil de segurança ser considerado bom, a escolha do produto e a adequação da posologia são determinantes para alcançar os benefícios terapêuticos esperados.

Referências bibliográficas

Petrosino S, Di Marzo V. The pharmacology of palmitoylethanolamide and first data on the therapeutic efficacy of some of its new formulations. Br J Pharmacol. 2017;174(11):1349–1365.

Riva A, et al. Effectiveness of ultramicronized palmitoylethanolamide (PEA) in the management of chronic pain in dogs with osteoarthritis. Vet Sci. 2019;6(1):12.


Sobre o autor


Dr. Felipe Garofallo, veterinário ortopedista, especializado no diagnóstico e tratamento de problemas articulares e musculoesqueléticos em cães

Felipe Garofallo é médico-veterinário (CRMV/SP 39.972) especializado em ortopedia e neurocirurgia de cães e gatos e proprietário da empresa Ortho for Pets: Ortopedia Veterinária e Especialidades.


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