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Patela baixa em cães

Atualizado: 12 de set.

A patela baixa, ou patella baja, é uma condição ortopédica caracterizada pela posição anormalmente distal da patela em relação à tróclea femoral no joelho de cães.


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Embora menos discutida do que a patela alta, essa alteração também pode comprometer a biomecânica da articulação femorotibiopatelar, afetando a eficiência do aparelho extensor e predispondo a dores, rigidez e restrições de movimento.


Em um joelho normal, a patela se articula com o sulco troclear do fêmur, deslizando suavemente durante a flexão e extensão do membro posterior.


Quando posicionada mais distalmente do que o ideal, a patela pode não atingir adequadamente a porção mais profunda da tróclea durante os movimentos articulares, gerando atrito inadequado, desgaste de cartilagem e possível comprometimento da estabilidade.


A patela baixa pode ser observada em alguns casos de fibrose pós-cirúrgica, encurtamento do ligamento patelar, ossificações heterotópicas, ou como resultado de cirurgias mal planejadas envolvendo transposição ou fixação da tuberosidade tibial.


O diagnóstico geralmente é feito por radiografia lateral do joelho em extensão, sendo a principal medida utilizada a relação L:P (comprimento do ligamento patelar dividido pelo comprimento da patela).


Em cães saudáveis, esse índice geralmente varia entre 1,8 e 2,0. Valores abaixo de 1,8 sugerem patela baixa, pois indicam que o ligamento patelar está proporcionalmente encurtado.

Clinicamente, cães com patela baixa podem apresentar:


  • Claudicação de início súbito ou crônica;

  • Dificuldade em subir escadas ou se levantar;

  • Dor à manipulação do joelho;

  • Limitação na extensão do membro.


Em muitos casos, a patela baixa é uma alteração secundária, especialmente após cirurgias ortopédicas como correção de luxação de patela ou procedimentos no ligamento cruzado cranial. Quando o pós-operatório leva à formação de fibrose no tecido ao redor do ligamento patelar, pode ocorrer encurtamento funcional que traciona a patela distalmente.


Isso pode ser agravado por imobilizações prolongadas, inflamações articulares severas ou falhas na reabilitação fisioterápica.


O tratamento da patela baixa dependerá da gravidade dos sinais clínicos e da causa subjacente. Em quadros leves, pode-se tentar tratamento conservador com fisioterapia, fortalecimento muscular e controle da dor. Em casos mais severos, especialmente quando há impacto funcional relevante, intervenções cirúrgicas podem ser consideradas, como:


  • Ressecção de fibroses periarticulares;

  • Osteotomia corretiva da tuberosidade tibial;

  • Reposicionamento patelar.


Assim como em outras alterações de patela, o prognóstico dependerá da causa, da precocidade do diagnóstico e da abordagem terapêutica. Em pacientes submetidos a cirurgia, a fisioterapia pós-operatória é essencial para evitar recidivas e manter a amplitude de movimento.


Referências bibliográficas:


Tomlinson, J. L., Cook, J. L. (2002). Pathophysiology and diagnosis of canine patellar luxation. Veterinary Clinics of North America: Small Animal Practice, 32(4), 879–891.


L’Eplattenier, H. F., Montavon, P. M. (2002). Patellar luxation in dogs and cats: pathogenesis and diagnosis. Compendium on Continuing Education for the Practicing Veterinarian, 24(3), 234–243.


Sobre o autor


Dr. Felipe Garofallo, veterinário ortopedista, especializado no diagnóstico e tratamento de problemas articulares e musculoesqueléticos em cães

Felipe Garofallo é médico-veterinário (CRMV/SP 39.972) especializado em ortopedia e neurocirurgia de cães e gatos e proprietário da empresa Ortho for Pets: Ortopedia Veterinária e Especialidades.


 
 

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