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O que fazer quando o cachorro sente dor mesmo tomando remédio

Quando um cachorro continua sentindo dor mesmo recebendo medicação, isso indica que o tratamento atual pode não estar sendo suficiente ou adequado para o caso clínico dele.


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A dor em cães pode ter várias origens: ortopédica, neurológica, inflamatória ou até visceral, e cada tipo responde melhor a determinados grupos de medicamentos.


Anti-inflamatórios não esteroidais, analgésicos comuns ou até mesmo opioides podem ser utilizados em protocolos diferentes, mas em alguns pacientes a dor se mantém porque a dose está inadequada, o tempo de administração foi insuficiente ou porque o problema de base não foi devidamente controlado.


Nessas situações, o primeiro passo é não insistir apenas no mesmo remédio e procurar reavaliação veterinária. Muitas vezes é necessário ajustar a posologia, trocar de classe de fármaco ou montar uma analgesia multimodal, que associa diferentes medicamentos atuando em pontos distintos da via da dor.


Em ortopedia, por exemplo, é comum que só anti-inflamatório não resolva quadros mais graves, sendo preciso associar opioides, analgésicos adjuvantes como gabapentina ou até infiltrações e bloqueios locais.


Além disso, a persistência da dor pode indicar complicações, como evolução da lesão, presença de inflamação crônica ou até infecção, que precisam ser investigadas com exames complementares.


Outro ponto importante é que, em alguns casos, apenas o controle farmacológico não é suficiente. Procedimentos cirúrgicos para corrigir a causa da dor, fisioterapia veterinária, acupuntura e outras terapias de suporte podem ser necessários para trazer qualidade de vida ao paciente.


Ignorar a persistência do desconforto pode piorar o prognóstico, já que a dor contínua gera estresse, prejudica a recuperação e até modifica a percepção neurológica do animal, tornando-a mais difícil de controlar com o tempo.


Por isso, quando um cachorro sente dor mesmo medicado, a conduta correta é procurar o veterinário responsável o quanto antes. Só o profissional poderá identificar se o problema está na dosagem, na escolha do fármaco ou se existe uma condição subjacente mais séria que precisa de tratamento específico.


O tutor não deve aumentar a dose ou mudar o remédio por conta própria, já que isso pode trazer efeitos colaterais graves e não resolver a causa real da dor.

Referências

Epstein, M. E., Rodan, I., Griffenhagen, G., et al. (2015). 2015 AAHA/AAFP Pain Management Guidelines for Dogs and Cats. Journal of the American Animal Hospital Association, 51(2), 67–84.

Mathews, K. A., Kronen, P. W., Lascelles, D., et al. (2014). Guidelines for recognition, assessment and treatment of pain. Journal of Small Animal Practice, 55(6), E10–E68.


Sobre o autor


Dr. Felipe Garofallo, veterinário ortopedista, especializado no diagnóstico e tratamento de problemas articulares e musculoesqueléticos em cães

Felipe Garofallo é médico-veterinário (CRMV/SP 39.972) especializado em ortopedia e neurocirurgia de cães e gatos e proprietário da empresa Ortho for Pets: Ortopedia Veterinária e Especialidades.


Horário: Segunda à sexta, 09h às 18h. Sábados 10:00 às 14:00
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