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O papel da crioterapia e termoterapia no pós-operatório ortopédico

A crioterapia e a termoterapia desempenham papéis complementares no pós-operatório ortopédico de cães, auxiliando no controle da dor, na modulação da inflamação e na recuperação funcional dos tecidos.


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Cada uma atua em fases diferentes do processo de cicatrização, e seu uso correto contribui para uma reabilitação mais rápida e segura.


A crioterapia, ou terapia pelo frio, é indicada nas primeiras 48 a 72 horas após a cirurgia.


O resfriamento local provoca vasoconstrição, reduz a permeabilidade capilar e diminui a liberação de mediadores inflamatórios, controlando o edema e o desconforto. Além disso, o frio reduz a condução nervosa e promove analgesia, sendo eficaz para aliviar a dor sem o uso adicional de medicamentos.


A aplicação deve ser feita por períodos de 10 a 20 minutos, várias vezes ao dia, utilizando compressas frias ou bolsas de gelo protegidas por tecido fino, evitando o contato direto com a pele para prevenir queimaduras.


Essa técnica é especialmente benéfica após cirurgias como TPLO, TTA e colocefalectomia, nas quais a inflamação inicial precisa ser controlada para garantir boa cicatrização.


Já a termoterapia, ou uso terapêutico do calor, é indicada em fases mais tardias, geralmente a partir do terceiro ao quinto dia de pós-operatório, quando o processo inflamatório agudo já diminuiu e o tecido entra na fase de reparo.


O calor promove vasodilatação, melhora o fluxo sanguíneo e o metabolismo celular, além de facilitar a remoção de resíduos inflamatórios e aumentar a elasticidade muscular e capsular. Isso contribui para a redução da rigidez articular e melhora a amplitude de movimento, sendo especialmente útil em pacientes que apresentam contraturas ou limitação de mobilidade após imobilização prolongada.


Em alguns casos, pode-se empregar a terapia contrastante — alternando calor e frio — para estimular a circulação e acelerar a drenagem linfática em estágios intermediários da reabilitação. Tanto a crioterapia quanto a termoterapia devem ser associadas a exercícios fisioterápicos e massoterapia, potencializando os efeitos na recuperação funcional.


Em resumo, a crioterapia é essencial nas fases iniciais do pós-operatório para controlar a inflamação e a dor, enquanto a termoterapia atua nas fases subsequentes, favorecendo a regeneração tecidual e a recuperação da mobilidade.


Quando aplicadas corretamente, ambas se tornam ferramentas simples, seguras e extremamente eficazes dentro dos protocolos de reabilitação ortopédica.


Referências bibliográficas:


1. Levine, D., Millis, D. L., & Taylor, R. A. (2014). Canine Rehabilitation and Physical Therapy (2nd ed.). Elsevier.

2. Bockstahler, B. A., Levine, D., & Millis, D. L. (2020). Essential Facts of Physiotherapy in Dogs and Cats. VBS GmbH.


Sobre o autor


Dr. Felipe Garofallo, veterinário ortopedista, especializado no diagnóstico e tratamento de problemas articulares e musculoesqueléticos em cães

Felipe Garofallo é médico-veterinário (CRMV/SP 39.972) especializado em ortopedia e neurocirurgia de cães e gatos e proprietário da empresa Ortho for Pets: Ortopedia Veterinária e Especialidades.



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