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Novas ligas metálicas em implantes ortopédicos veterinários

As pesquisas em implantes ortopédicos veterinários têm avançado muito nos últimos anos, acompanhando a evolução da ortopedia humana.


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O objetivo central das novas ligas metálicas é melhorar a biocompatibilidade, reduzir o risco de corrosão e liberação de íons tóxicos, aproximar o módulo de elasticidade do osso para evitar stress shielding e, em alguns casos, permitir até degradação controlada do implante.

As ligas de titânio continuam sendo padrão em muitos procedimentos. O clássico Ti-6Al-4V é bastante utilizado, mas preocupações com o alumínio e o vanádio (potencialmente tóxicos a longo prazo) estimularam o desenvolvimento de ligas como Ti-6Al-7Nb e Ti-Nb-Zr, que mantêm alta resistência mecânica e excelente biocompatibilidade, com menor risco de efeitos adversos.


Além disso, a manufatura aditiva (impressão 3D em titânio) permite criar implantes customizados para pacientes veterinários, com estruturas porosas que favorecem a osteointegração e reduzem peso.

Outro campo em crescimento é o das ligas biodegradáveis, principalmente à base de magnésio (Mg), zinco (Zn) e cálcio (Ca). Essas ligas têm a vantagem de oferecer suporte temporário e depois serem gradualmente absorvidas pelo organismo, evitando a necessidade de uma segunda cirurgia para retirada do implante.


O magnésio, por exemplo, apresenta boas propriedades mecânicas e biocompatibilidade, mas seu desafio é a corrosão rápida em meio fisiológico, que está sendo controlada por revestimentos ou combinações com outros elementos (Zn, Al, Mn). Em cães, há estudos experimentais mostrando consolidação óssea adequada e menor resposta inflamatória com o uso de pinos de Mg.

As ligas de níquel-titânio (Nitinol), com propriedades de memória de forma e superelasticidade, também têm aplicação potencial em ortopedia veterinária, principalmente em situações que exigem adaptação dinâmica ou compressão constante da fratura. No entanto, o risco de liberação de níquel ainda limita seu uso clínico rotineiro, sendo mais explorado em pesquisa e em dispositivos específicos.

Além da composição da liga, as modificações de superfície (como anodização, tratamentos iônicos e revestimentos bioativos com hidroxiapatita ou fosfatos de cálcio) são uma tendência forte. Elas permitem reduzir corrosão, controlar a liberação de íons e melhorar a integração óssea.

Em resumo, a tendência atual em implantes ortopédicos veterinários é o uso de ligas de titânio mais biocompatíveis, implantes personalizados em impressão 3D e o avanço de ligas biodegradáveis como Mg e Zn, que podem revolucionar a abordagem de fraturas e osteossínteses temporárias.


O grande desafio é equilibrar resistência mecânica, taxa de degradação e custo, tornando essas tecnologias acessíveis na prática veterinária.

Referências bibliográficas


Staiger MP, Pietak AM, Huadmai J, Dias G. Magnesium and its alloys as orthopedic biomaterials: a review. Biomaterials. 2006;27(9):1728-34.


Geetha M, Singh AK, Asokamani R, Gogia AK. Ti based biomaterials, the ultimate choice for orthopaedic implants – A review. Prog Mater Sci. 2009;54(3):397-425.


Sobre o autor


Dr. Felipe Garofallo, veterinário ortopedista, especializado no diagnóstico e tratamento de problemas articulares e musculoesqueléticos em cães

Felipe Garofallo é médico-veterinário (CRMV/SP 39.972) especializado em ortopedia e neurocirurgia de cães e gatos e proprietário da empresa Ortho for Pets: Ortopedia Veterinária e Especialidades.


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