Meu cão pode correr depois da cirurgia?
- Felipe Garofallo

- 23 de jul.
- 2 min de leitura
Atualizado: 28 de set.
A resposta para a pergunta "meu cão pode correr depois da cirurgia?" depende de vários fatores, como o tipo de cirurgia realizada, a fase da recuperação, a idade e o porte do animal, além das orientações específicas do médico veterinário responsável.

Em geral, não é recomendado que o cão corra nos primeiros dias ou semanas após uma cirurgia, especialmente se ela envolveu ossos, articulações ou coluna vertebral.
Nas cirurgias ortopédicas, como correção de fraturas, luxação de patela, ruptura do ligamento cruzado cranial (TPLO), colocefalectomia, displasia coxofemoral, entre outras, o repouso é uma parte fundamental da recuperação.
O osso precisa de tempo para cicatrizar, os implantes (parafusos, placas ou fixadores externos) precisam se estabilizar, e os tecidos moles devem se regenerar adequadamente.
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Voltando ao nosso tópico, permitir que o cão corra antes da hora pode causar deslocamento de implantes, reabertura de pontos, inflamações, dor intensa ou até a necessidade de uma nova cirurgia.
Mesmo em procedimentos de menor porte, como castrações, retirada de tumores cutâneos ou cirurgias abdominais, o ato de correr pode gerar tração na sutura, romper pontos ou criar hérnias cirúrgicas.
Por isso, durante o período pós-operatório, é importante manter o cão em ambiente controlado, sem acesso a escadas, rampas, móveis altos ou áreas onde ele possa se empolgar com outros animais.
O tempo exato para liberar corridas ou atividades mais intensas varia de caso para caso. Em procedimentos ortopédicos, o repouso absoluto costuma durar entre 2 e 6 semanas, seguido por caminhadas leves com guia, sempre sob orientação do veterinário.
A liberação gradual para correr ou brincar solto pode levar de 6 a 12 semanas ou mais, dependendo da cirurgia. Em muitos casos, recomenda-se fisioterapia para ajudar na recuperação da força muscular, equilíbrio e confiança do animal, preparando-o para retomar suas atividades com segurança.
Durante toda a recuperação, é fundamental observar o comportamento do cão. Se ele tenta correr sozinho, é preciso conter essa empolgação de maneira gentil, utilizando guia curta, mantendo-o em espaços pequenos e oferecendo brinquedos que estimulem a mente sem exigir esforço físico.
Com tempo, paciência e acompanhamento veterinário, a maioria dos cães retorna à sua rotina normal, podendo sim voltar a correr, mas apenas no momento certo.
Referências bibliográficas:
Fossum, T. W. (2018). Small Animal Surgery (5th ed.). Elsevier.Millis, D. L., & Levine, D. (2013). Canine Rehabilitation and Physical Therapy (2nd ed.). Elsevier.
Sobre o autor

Felipe Garofallo é médico-veterinário (CRMV/SP 39.972) especializado em ortopedia e neurocirurgia de cães e gatos e proprietário da empresa Ortho for Pets: Ortopedia Veterinária e Especialidades.
