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Meu cachorro está triste: é normal?

Atualizado: 12 de set.

É comum que tutores atentos percebam mudanças sutis no comportamento de seus cães, como menos entusiasmo ao brincar, apatia, perda de apetite ou preferência por ficar isolado. Esses sinais muitas vezes são interpretados como “tristeza”, e sim — cães podem manifestar comportamentos compatíveis com esse estado emocional.


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No entanto, é importante entender que, diferentemente dos humanos, a tristeza nos cães quase sempre está associada a causas físicas ou mudanças no ambiente, e não a uma melancolia prolongada ou depressão no sentido humano da palavra.


Mudanças na rotina, como a ausência de um membro da família, chegada de um novo pet, mudança de casa ou até o retorno do tutor ao trabalho após um período em casa, como nas férias, podem impactar emocionalmente o cão.


Eles são extremamente sensíveis aos vínculos sociais e às alterações no ambiente, o que pode provocar reações que se assemelham à tristeza, com redução do interesse por brincadeiras, menor interação social e alterações no sono e na alimentação.


Entretanto, também é fundamental considerar causas físicas. Muitas vezes, a “tristeza” é o primeiro sinal de uma doença, dor ou desconforto. Problemas como dores articulares, doenças gastrointestinais, infecções ou mesmo alterações hormonais (como hipotireoidismo) podem causar letargia e perda de interesse nas atividades do dia a dia.


Por isso, se o comportamento do seu cão mudou repentinamente ou vem se mantendo alterado por mais de 24 a 48 horas, é fundamental buscar avaliação com um médico-veterinário.


Além da investigação clínica, o profissional poderá orientar sobre como melhorar o bem-estar emocional do animal. Estímulos ambientais, enriquecimento alimentar e sensorial, passeios regulares, contato com outros cães e uma rotina previsível são estratégias eficazes para prevenir quadros de ansiedade e melhorar o humor do pet.


Portanto, notar que seu cachorro parece “triste” nunca deve ser ignorado. Pode até ser algo passageiro, mas também pode ser o primeiro sinal de algo mais sério. Observar, acolher e, quando necessário, buscar ajuda profissional é a melhor forma de cuidar da saúde física e emocional do seu companheiro.


Referências bibliográficas:


  1. Overall, K. L. (2013). Manual of Clinical Behavioral Medicine for Dogs and Cats. Elsevier.


  2. Landsberg, G. M., Hunthausen, W., & Ackerman, L. (2012). Behavior Problems of the Dog and Cat. Saunders.


Sobre o autor


Dr. Felipe Garofallo, veterinário ortopedista, especializado no diagnóstico e tratamento de problemas articulares e musculoesqueléticos em cães

Felipe Garofallo é médico-veterinário (CRMV/SP 39.972) especializado em ortopedia e neurocirurgia de cães e gatos e proprietário da empresa Ortho for Pets: Ortopedia Veterinária e Especialidades.


 
 

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