Meu cachorro está respirando rápido: o que fazer?
- Felipe Garofallo

- 9 de jul.
- 2 min de leitura
Atualizado: 12 de set.
Ver um cachorro respirando de forma acelerada pode ser angustiante para qualquer tutor. Quando isso acontece em repouso, sem esforço físico recente ou exposição ao calor, é natural que venha a dúvida: será que ele está com dor? Está com febre? Pode ser algo grave?

A frequência respiratória normal dos cães varia entre 15 e 30 movimentos por minuto em repouso. Para contar, basta observar o movimento do tórax subindo e descendo enquanto o animal está deitado ou dormindo.
Mais de 30 respirações por minuto em repouso já acende um sinal de alerta — especialmente se vier acompanhada de outros sinais, como apatia, salivação excessiva, tremores, mucosas arroxeadas ou língua roxa.
Uma das causas mais comuns da respiração acelerada é a dor. Cães com dor interna — seja abdominal, articular, neurológica ou torácica — muitas vezes demonstram isso através da respiração curta e rápida. O mesmo pode ocorrer com febre, em que o corpo tenta regular a temperatura através da ventilação aumentada.
Outra possibilidade são doenças cardíacas ou pulmonares. Animais com insuficiência cardíaca, por exemplo, podem respirar rapidamente mesmo em repouso, tentando compensar a oxigenação reduzida. Já quadros de edema pulmonar, pneumonia ou colapso de traqueia também podem levar à respiração ofegante.
Também não se pode ignorar causas comportamentais. Ansiedade, estresse ou medo intenso podem fazer o cão hiperventilar — especialmente em situações novas, barulhos altos (como trovões) ou separação do tutor.
O ideal é observar o contexto: ele estava agitado, brincando, ou acabou de sair do sol? Está ofegante só por alguns minutos e depois melhora? Ou a respiração está rápida de forma contínua, mesmo durante o descanso?
Se a respiração acelerada persistir por mais de 30 minutos em repouso, ou se vier acompanhada de outros sinais (letargia, gengivas pálidas, recusa alimentar), é indispensável procurar um médico-veterinário imediatamente.
Nunca tente medicar por conta própria. Algumas causas de taquipneia (respiração rápida) exigem exames complementares como raio-X torácico, exames de sangue e ultrassom para um diagnóstico preciso.
Enquanto aguarda o atendimento, mantenha o cão em um ambiente calmo, fresco e sem esforço físico. A respiração acelerada pode ser apenas um sinal passageiro, mas também pode ser o primeiro indício de algo mais sério. E quando se trata da saúde do seu melhor amigo, é sempre melhor prevenir do que correr riscos.
Referências bibliográficas:
King, L. G. (2014). Respiratory emergencies. In: Silverstein, D. C., & Hopper, K. (Eds.), Small Animal Critical Care Medicine (2nd ed.). Elsevier.
Tilley, L. P., & Smith, F. W. K. (2016). The 5-Minute Veterinary Consult: Canine and Feline. Wiley-Blackwell
Sobre o autor

Felipe Garofallo é médico-veterinário (CRMV/SP 39.972) especializado em ortopedia e neurocirurgia de cães e gatos e proprietário da empresa Ortho for Pets: Ortopedia Veterinária e Especialidades.