top of page

Meu cachorro está com febre: o que pode ser e o que fazer?

Atualizado: 12 de set.

A febre em cães é um sinal clínico que costuma indicar que algo está errado no organismo, sendo uma resposta do corpo a infecções, inflamações ou outras condições patológicas. Assim como nos humanos, a febre é uma elevação da temperatura corporal acima dos níveis considerados normais — que, em cães, varia entre 38 °C e 39,2 °C.


ree

Quando a temperatura ultrapassa esse limite, especialmente se atinge 39,5 °C ou mais, é considerado febre e requer atenção. Se o termômetro aponta 40 °C ou mais, já estamos diante de uma urgência médica.


Entre as causas mais comuns de febre em cães estão infecções bacterianas, virais ou fúngicas, que podem atingir diferentes partes do corpo, como a pele, ouvidos, trato urinário, pulmões ou sistema gastrointestinal. Doenças infecciosas transmitidas por carrapatos, como a erliquiose e a babesiose, são causas frequentes no Brasil e geralmente vêm acompanhadas de outros sinais como apatia, perda de apetite, vômitos, diarreia e dor articular.


A febre também pode estar relacionada a processos inflamatórios não infecciosos, como reações a vacinas, doenças autoimunes e até mesmo alguns tipos de câncer. Em casos mais raros, a febre é considerada de origem desconhecida, especialmente quando se torna recorrente ou persistente sem causa aparente — sendo necessário um trabalho diagnóstico mais aprofundado.


Quando um tutor percebe que seu cachorro está com o focinho quente e seco, corpo mais quente que o normal, ou apresenta sinais como cansaço excessivo, falta de apetite, tremores, respiração ofegante ou até mesmo vômitos, é comum suspeitar de febre. No entanto, o único método confiável para confirmar é a medição com termômetro digital retal, o que pode ser desconfortável, mas é preciso para estabelecer se realmente há febre e qual sua gravidade.


Diante de um cachorro com febre, o tutor nunca deve medicar por conta própria. Medicamentos como dipirona ou paracetamol, comuns no uso humano, podem ser tóxicos para cães se usados sem orientação veterinária.


O tratamento da febre canina depende da causa subjacente, e é por isso que uma avaliação veterinária é fundamental. O profissional poderá solicitar exames laboratoriais — como hemograma, bioquímicos, exames de urina ou de imagem — para identificar a origem do problema. Só após esse diagnóstico é possível definir a conduta terapêutica adequada, que pode incluir antibióticos, anti-inflamatórios, fluidoterapia e outras abordagens, conforme o quadro clínico do animal.


Enquanto aguarda a consulta, é importante manter o cão em ambiente fresco e arejado, oferecer água fresca constantemente e não forçar a alimentação. Caso a febre esteja muito alta e o animal esteja prostrado, é possível resfriá-lo suavemente com uma toalha úmida em regiões como virilha e axilas, mas isso deve ser feito com cautela e sem substituição da avaliação veterinária.


Ignorar uma febre pode colocar a vida do animal em risco, especialmente se for sintoma de uma condição infecciosa grave ou doença sistêmica. Portanto, o melhor caminho é sempre buscar atendimento especializado assim que os primeiros sinais forem notados.


Referências bibliográficas:


  • Ettinger, S. J., & Feldman, E. C. (2017). Textbook of Veterinary Internal Medicine. Elsevier Health Sciences.


  • Nelson, R. W., & Couto, C. G. (2019). Small Animal Internal Medicine. Elsevier.


Sobre o autor


Dr. Felipe Garofallo, veterinário ortopedista, especializado no diagnóstico e tratamento de problemas articulares e musculoesqueléticos em cães

Felipe Garofallo é médico-veterinário (CRMV/SP 39.972) especializado em ortopedia e neurocirurgia de cães e gatos e proprietário da empresa Ortho for Pets: Ortopedia Veterinária e Especialidades.


 
 

Horário: Segunda à sexta, 09h às 18h. Sábados 10:00 às 14:00
Whatsapp: (11)97522-5102
Endereço: Alameda dos Guaramomis, 1067, Moema, São Paulo, SP

bottom of page