Melhores tipos de piso para cães com displasia coxofemoral
- Felipe Garofallo

- 12 de jul.
- 2 min de leitura
Atualizado: 12 de set.
Cães com displasia coxofemoral, uma condição ortopédica que afeta principalmente a articulação do quadril, necessitam de cuidados especiais no ambiente em que vivem.

Um dos aspectos frequentemente negligenciados, mas que tem impacto direto no conforto, mobilidade e até na progressão da doença, é o tipo de piso presente na residência. Superfícies escorregadias podem agravar a dor, aumentar o risco de quedas e causar traumas nas articulações já comprometidas, enquanto pisos adequados proporcionam mais estabilidade e confiança para o animal se locomover.
Entre as melhores opções de revestimento para cães com displasia, destacam-se aqueles que oferecem boa tração, são macios ao toque e fáceis de higienizar.
Tapetes emborrachados antiderrapantes, por exemplo, são uma excelente escolha, especialmente quando posicionados estrategicamente em áreas de circulação intensa, como corredores e entradas. Eles funcionam como amortecedores, ajudando a reduzir o impacto sobre as articulações e prevenindo escorregões. Além disso, são removíveis, o que facilita a limpeza e a substituição, se necessário.
Outra boa opção são os pisos vinílicos do tipo LVT (Luxury Vinyl Tile), que combinam conforto térmico, leve maciez e maior aderência quando comparados aos pisos frios convencionais.
Esses pisos também são resistentes à umidade e podem ser facilmente higienizados, características importantes em ambientes com animais. Para garantir maior segurança, no entanto, é importante verificar se o modelo escolhido possui acabamento antiderrapante, já que nem todos os vinílicos oferecem essa proteção.
Pisos de borracha, como aqueles usados em academias ou áreas de recreação infantil, também são bastante indicados. Esses revestimentos oferecem excelente amortecimento e tração, sendo ideais para cães com mobilidade reduzida.
Apesar de serem visualmente menos sofisticados que outras opções, são extremamente funcionais e, em casos de displasia avançada ou reabilitação pós-cirúrgica, podem ser instalados em espaços específicos para uso do pet, como a sala onde ele costuma dormir ou brincar.
Pisos laminados e porcelanatos, por sua vez, devem ser evitados ou adaptados com passadeiras e tapetes aderentes, já que tendem a ser escorregadios.
Embora sejam comuns em muitas residências pela estética e praticidade, não são ideais para cães com disfunções articulares. O risco de escorregões e quedas é elevado, o que pode desencadear crises de dor e agravar lesões.
Independentemente do tipo de piso escolhido, é essencial observar o comportamento do cão e adaptar o ambiente conforme suas necessidades.
Além disso, manter as unhas sempre aparadas e os pelos entre os coxins podais tosados também contribui para melhorar a aderência ao solo. A soma dessas estratégias proporciona mais qualidade de vida ao animal, reduz o estresse durante os deslocamentos pela casa e colabora diretamente no controle da dor crônica, comum em cães com displasia coxofemoral.
Referências bibliográficas:
Morgan, J.P., Bahr, A., & Frick, E.L. (2000). Canine Hip Dysplasia: Diagnosis, Treatment, and Prevention. Teton NewMedia.
Olmstead, M.L. (2016). Small Animal Orthopedics: Self-Assessment Color Review. CRC Press.
Sobre o autor

Felipe Garofallo é médico-veterinário (CRMV/SP 39.972) especializado em ortopedia e neurocirurgia de cães e gatos e proprietário da empresa Ortho for Pets: Ortopedia Veterinária e Especialidades.