Luxação medial ou lateral de patela em cães: Qual é a mais comum?
- Felipe Garofallo

- 26 de jun.
- 2 min de leitura
Atualizado: 12 de set.
A luxação de patela é uma condição ortopédica frequente na rotina veterinária, especialmente entre cães de raças pequenas e médias. Trata-se do deslocamento da patela (rótula) para fora de seu sulco troclear no fêmur, comprometendo a biomecânica do joelho e causando dor, claudicação e, em muitos casos, deformidades ósseas progressivas.
Mas afinal, a luxação medial ou lateral de patela é mais comum em cães?

Luxação medial de patela: a mais frequente
De acordo com a literatura veterinária, a luxação medial da patela (LMP) é a forma mais comum do problema, representando cerca de 75% a 80% dos casos. Essa condição afeta principalmente cães de pequeno porte, como Poodle, Lulu da Pomerânia, Yorkshire Terrier e Chihuahua.
A causa da luxação medial geralmente está relacionada a alterações de desenvolvimento, como desvio da tíbia e do fêmur, frouxidão ligamentar, hipoplasia do côndilo medial e desalinhamento do mecanismo extensor. Por isso, muitos casos são congênitos ou de manifestação precoce, podendo ser diagnosticados ainda nos primeiros meses de vida.
Luxação lateral de patela: menos comum, mas relevante
Já a luxação lateral da patela (LLP) é menos frequente, ocorrendo em aproximadamente 20% a 25% dos casos. Ela é mais observada em cães de raças grandes e gigantes, como Labrador Retriever, Pastor Alemão e Golden Retriever, geralmente em idade adulta. Em filhotes dessas raças, a forma congênita também pode aparecer, mas é menos prevalente do que a medial.
Além disso, a LLP pode ocorrer como consequência de trauma, em que há ruptura dos tecidos estabilizadores ou fraturas do fêmur distal.
Por que identificar o tipo de luxação é importante?
Saber se a luxação é medial ou lateral influencia diretamente no planejamento cirúrgico e nas expectativas de recuperação. Por exemplo, as luxações laterais costumam ter um prognóstico mais reservado em cães grandes, pois envolvem forças biomecânicas mais complexas e maior peso corporal.
Além disso, o grau da luxação (de I a IV) também interfere no tratamento. Graus mais baixos (I e II) podem ser manejados clinicamente em alguns casos, enquanto graus mais altos (III e IV) geralmente requerem cirurgia corretiva para reposicionamento e estabilização da patela.
Em resumo: ✔️ A luxação medial da patela é mais comum, especialmente em cães pequenos e jovens.
✔️ A luxação lateral é menos frequente, mas costuma afetar cães de grande porte.
✔️ O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são fundamentais para prevenir complicações como artrose e claudicação permanente.
Referências bibliográficas:
Piermattei, D. L., Flo, G. L., & DeCamp, C. E. (2006). Brinker, Piermattei and Flo's Handbook of Small Animal Orthopedics and Fracture Repair.
Voss, K., Montavon, P. M., & Langley-Hobbs, S. J. (2019). Fossum's Small Animal Surgery.
Seu cão foi diagnosticado com luxação de patela? Agende uma avaliação com um especialista e tire todas as suas dúvidas. Clique aqui para agendar uma consulta ortopédica.
Sobre o autor

Felipe Garofallo é médico-veterinário (CRMV/SP 39.972) especializado em ortopedia e neurocirurgia de cães e gatos e proprietário da empresa Ortho for Pets: Ortopedia Veterinária e Especialidades.