Luxação medial de patela em raças pequenas: Quais cães estão em maior risco?
- Felipe Garofallo
- 5 de set. de 2024
- 2 min de leitura
Atualizado: 22 de mai.
A luxação medial de patela é uma condição ortopédica comum em cães, especialmente em raças pequenas. Esta condição ocorre quando a patela, também conhecida como rótula, se desloca de sua posição normal no sulco troclear, na porção medial do joelho. Em cães saudáveis, a patela desliza de forma suave sobre o fêmur quando o animal se move, auxiliando na extensão do joelho. No entanto, em casos de luxação, a rótula se desloca para o lado, comprometendo a estabilidade da articulação e causando dor e dificuldade para caminhar.

Raças pequenas estão particularmente predispostas à luxação medial de patela devido a características anatômicas específicas. Entre as raças mais afetadas, destacam-se o Poodle Toy, o Yorkshire Terrier, o Chihuahua, o Shih Tzu e o Lulu da Pomerânia. Esses cães são geneticamente predispostos a desenvolver alterações no formato das articulações do joelho, como o sulco troclear raso ou deformidades nos ossos das pernas, que facilitam o deslocamento da patela.
Além do fator genético, o tamanho reduzido dessas raças pode aumentar a suscetibilidade à luxação medial de patela. O porte pequeno implica uma estrutura óssea delicada, o que pode influenciar a formação incorreta do joelho. Mesmo com pequenas deformidades, essas alterações estruturais podem levar à luxação. Outro aspecto relevante é o desenvolvimento ósseo incompleto ou inadequado durante a fase de crescimento, o que pode aumentar ainda mais o risco em raças pequenas.
A luxação medial de patela em raças pequenas pode ser classificada em diferentes graus de gravidade, que variam de leve a grave. Nos estágios iniciais, o deslocamento da patela pode ser intermitente e o cão pode apresentar sinais leves, como claudicação ocasional ou dificuldade em apoiar a pata afetada. Em casos mais avançados, a patela pode permanecer fora do lugar de forma permanente, resultando em dor crônica e dificuldade severa de locomoção.
A prevenção da luxação medial de patela em raças pequenas envolve a seleção cuidadosa de criadores responsáveis, que priorizem a saúde ortopédica dos animais ao invés de apenas características estéticas. Além disso, é importante que os tutores estejam atentos aos primeiros sinais de desconforto ou claudicação em seus cães e busquem orientação veterinária especializada o quanto antes. O diagnóstico precoce é fundamental para evitar a progressão da condição e, em muitos casos, a cirurgia é indicada para corrigir a luxação e restaurar a qualidade de vida do animal.
Portanto, é crucial que os tutores de raças pequenas estejam cientes dos riscos aumentados de luxação medial de patela e trabalhem em conjunto com profissionais veterinários para monitorar e tratar adequadamente essa condição.
Referências:
- Piermattei, D. L., Flo, G. L., & DeCamp, C. E. (2006). Brinker, Piermattei, and Flo's Handbook of Small Animal Orthopedics and Fracture Repair. Saunders Elsevier.
- Johnson, A. L., & Hulse, D. A. (2002). Surgery of the Stifle. In: Slatter, D. H. Textbook of Small Animal Surgery. W.B. Saunders.
Sobre o autor

Felipe Garofallo é médico veterinário (CRMV/SP 39.972), especializado em ortopedia e neurocirurgia de cães e gatos e proprietário da empresa Ortho for Pets: Ortopedia Veterinária e Especialidades. Agende uma consulta pelo whatsapp (11)91258-5102.
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