top of page

Leucocitose em cães: o que significa e quando é sinal de alerta

Atualizado: 12 de set.

A leucocitose em cães é um achado comum nos exames de sangue e pode gerar preocupação nos tutores, especialmente quando aparece como uma alteração isolada em um hemograma de rotina.


ree

Esse termo se refere a um aumento na quantidade de leucócitos, ou glóbulos brancos, na corrente sanguínea, células responsáveis por proteger o organismo contra infecções, inflamações e outras agressões.


Quando um cão apresenta leucocitose, é importante entender que esse aumento nos leucócitos não é uma doença em si, mas sim um sinal de que o corpo está respondendo a algum estímulo, que pode ser benigno ou indicar uma condição mais séria. Em muitos casos, a leucocitose é transitória e está relacionada a processos infecciosos agudos, inflamações localizadas, estresse intenso ou até reações pós-cirúrgicas.


Outras vezes, pode ser um indício de condições mais graves, como infecções sistêmicas, doenças autoimunes, neoplasias ou distúrbios hematológicos.


Existem diferentes tipos de leucócitos, tais como neutrófilos, linfócitos, eosinófilos, basófilos e monócitos. A contagem aumentada de um ou mais desses subtipos pode ajudar o veterinário a identificar a origem da alteração.


Por exemplo, uma neutrofilia (aumento de neutrófilos) costuma estar associada a infecções bacterianas ou processos inflamatórios, enquanto uma linfocitose (aumento de linfócitos) pode aparecer em quadros virais ou como resposta a estímulos imunológicos.


Em alguns casos, um hemograma revela não apenas leucocitose, mas também alterações na morfologia das células, como a presença de células imaturas (desvio à esquerda), o que reforça a suspeita de um processo infeccioso ou inflamatório mais severo.


Além do hemograma, o veterinário pode solicitar exames complementares para investigar a causa da leucocitose, como raio-X, ultrassonografia abdominal, exames de urina, sorologia, entre outros.


A interpretação correta do hemograma deve sempre levar em conta o quadro clínico do animal, sua idade, histórico médico e outros parâmetros laboratoriais.


Não é incomum que cães apresentem leucocitose discreta associada a situações pontuais de estresse ou dor, como uma consulta veterinária, aplicação de vacinas ou até o desconforto de um ferimento superficial.


Por outro lado, leucocitoses persistentes, muito elevadas ou acompanhadas de sinais clínicos como febre, apatia, perda de peso, vômitos ou diarreia merecem investigação mais aprofundada. Em casos mais raros, a leucocitose pode estar ligada a doenças da medula óssea, como leucemias, exigindo exames específicos de citologia ou biópsia.


A boa notícia é que, na maioria dos cães, a leucocitose tem uma causa identificável e responde bem ao tratamento da condição subjacente.


A monitorização periódica com novos hemogramas é essencial para avaliar a resposta ao tratamento e garantir que os valores estejam voltando à normalidade.


O acompanhamento veterinário é indispensável para interpretar corretamente os exames e garantir o bem-estar do seu pet, evitando interpretações precipitadas ou alarmismo desnecessário.


Caso você tenha recebido um exame com leucocitose no seu cão, procure o seu veterinário de confiança para uma avaliação detalhada. Nem sempre é motivo de alarme, mas entender o contexto clínico é fundamental para tomar as decisões corretas e garantir a saúde do seu animal.


Referências bibliográficas


Thrall, M. A., Weiser, G., Allison, R. W., & Campbell, T. W. (2012). Veterinary Hematology and Clinical Chemistry (2nd ed.). Wiley-Blackwell.


Tvedten, H., & Willard, M. D. (2016). Small Animal Clinical Diagnosis by Laboratory Methods (5th ed.). Elsevier.


Sobre o autor


Dr. Felipe Garofallo, veterinário ortopedista, especializado no diagnóstico e tratamento de problemas articulares e musculoesqueléticos em cães

Felipe Garofallo é médico-veterinário (CRMV/SP 39.972) especializado em ortopedia e neurocirurgia de cães e gatos e proprietário da empresa Ortho for Pets: Ortopedia Veterinária e Especialidades.


 
 

Horário: Segunda à sexta, 09h às 18h. Sábados 10:00 às 14:00
Whatsapp: (11)97522-5102
Endereço: Alameda dos Guaramomis, 1067, Moema, São Paulo, SP

bottom of page