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Labrador idoso com artrose: como melhorar a qualidade de vida

Atualizado: 12 de set.

Com o avanço da idade, é comum que cães de raças grandes, como o Labrador Retriever, desenvolvam doenças articulares, sendo a artrose uma das mais frequentes. Essa condição degenerativa, também conhecida como osteoartrite, pode causar dor, rigidez e dificuldade de locomoção, afetando diretamente a qualidade de vida do animal.


A boa notícia é que existem diversas formas de manejo e tratamento que podem melhorar significativamente o conforto e a mobilidade do seu pet.

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Neste artigo, você vai entender o que é a artrose, por que ela acomete Labradores idosos com frequência, e o que você pode fazer para ajudar seu companheiro a viver com mais bem-estar.

O que é artrose e por que atinge Labradores?

A artrose é uma doença crônica e progressiva que afeta as articulações, provocando o desgaste da cartilagem, inflamação e formação de osteófitos. Com o tempo, isso gera dor, perda de amplitude de movimento e dificuldade para se levantar, caminhar ou subir escadas.

Labradores estão entre as raças com maior predisposição genética à displasia coxofemoral, displasia de cotovelo e outras alterações ortopédicas que, com o passar dos anos, contribuem para o desenvolvimento da artrose. Além disso, essa raça tende a ganhar peso com facilidade, o que sobrecarrega ainda mais as articulações.

Sinais de artrose em Labradores idosos

Os sinais podem começar sutis e se intensificar com o tempo:

  • Dificuldade para levantar-se após longos períodos deitado

  • Redução no ritmo dos passeios

  • Hesitação ao subir degraus ou entrar no carro

  • Lambedura constante de articulações doloridas

  • Mudanças comportamentais, como irritação ou isolamento

Ao notar qualquer um desses sinais, o ideal é agendar uma consulta veterinária especializada para avaliação ortopédica e realização de exames de imagem (como radiografias).

Como melhorar a qualidade de vida de um Labrador com artrose

1. Controle rigoroso do peso

A obesidade é um dos principais agravantes da artrose. Reduzir o peso corporal do seu cão, mesmo que em 10%, pode diminuir significativamente a carga sobre as articulações e a dor sentida pelo animal.

2. Suplementação e condroprotetores

Suplementos com glucosamina, condroitina, ácido hialurônico e ômega 3 auxiliam na manutenção da cartilagem e na redução da inflamação articular. Podem ser administrados por via oral ou, em alguns casos, por injeções intra-articulares.


3. Antiinflamatórios e terapias analgésicas

Em casos moderados a graves, o uso de medicamentos antiinflamatórios como o Galliprant ou os anticorpos monoclonais (como o Librela) tem mostrado excelentes resultados, com controle da dor crônica sem os efeitos colaterais gástricos comuns em outros fármacos.

4. Fisioterapia e acupuntura

As terapias físicas ajudam a manter a musculatura ativa e evitar atrofias. Sessões regulares de fisioterapia veterinária com exercícios de baixo impacto, esteira aquática e eletroterapia podem melhorar drasticamente a mobilidade e o bem-estar. A acupuntura também é uma aliada no controle da dor crônica.

5. Adaptações ambientais

Pequenas mudanças no ambiente podem fazer uma grande diferença:

  • Tapetes antiderrapantes em áreas escorregadias

  • Camas ortopédicas e elevadas

  • Rampa de acesso para carros ou sofás

  • Evitar pisos lisos e escadas

6. Monitoramento contínuo

A artrose é uma condição progressiva. Por isso, o acompanhamento veterinário deve ser contínuo, com reavaliações periódicas para ajuste do plano terapêutico.

Vale a pena operar?

Em casos em que há uma causa ortopédica subjacente, como ruptura de ligamento cruzado ou displasia severa, a cirurgia pode ser indicada para corrigir a instabilidade e reduzir a progressão da artrose. Cada caso deve ser avaliado individualmente.

Conclusão

Com um bom manejo clínico e cuidados contínuos, é possível proporcionar qualidade de vida e bem-estar ao seu Labrador idoso, mesmo com artrose. A chave está em atuar de forma precoce, multidisciplinar e personalizada, garantindo conforto, mobilidade e alegria em todas as fases da vida do seu companheiro.

Referências

  1. Johnston, S.A. (1997). Osteoarthritis: Joint anatomy, physiology, and pathobiology. Veterinary Clinics of North America: Small Animal Practice.

  2. Moreau, M. et al. (2013). Clinical evaluation of a therapeutic diet for the management of naturally occurring osteoarthritis in dogs. Canadian Veterinary Journal.


Sobre o autor


Dr. Felipe Garofallo, veterinário ortopedista, especializado no diagnóstico e tratamento de problemas articulares e musculoesqueléticos em cães

Felipe Garofallo é médico-veterinário (CRMV/SP 39.972) especializado em ortopedia e neurocirurgia de cães e gatos e proprietário da empresa Ortho for Pets: Ortopedia Veterinária e Especialidades.


Horário: Segunda à sexta, 09h às 18h. Sábados 10:00 às 14:00
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