Inchaço na pata do cachorro: Por que acontece?
- Felipe Garofallo
- 16 de jul.
- 2 min de leitura
Atualizado: 26 de jul.
O inchaço na pata de um cachorro é um sinal clínico relativamente comum e que pode indicar desde condições simples, como traumas leves, até problemas mais sérios, como infecções, tumores ou doenças ortopédicas.
Ao notar qualquer aumento de volume em uma das patas do animal, é fundamental observar se o pet sente dor, está mancando, lambendo excessivamente o local ou evitando apoiar o membro afetado. Esses sinais ajudam a direcionar o diagnóstico e avaliar a urgência da situação.
Um dos motivos mais frequentes para o inchaço é o trauma — que pode ser causado por uma torção, uma pancada, uma queda ou até mesmo uma mordida de outro animal. Nestes casos, o inchaço costuma ser localizado, acompanhado de dor à manipulação e, às vezes, hematomas ou dificuldade de movimentação. Entorses articulares, rupturas de ligamentos ou fraturas também geram inflamação e edema na região.
Outro fator importante a ser considerado são as infecções. Abscessos causados por picadas, espinhos, feridas contaminadas ou até infecções secundárias a corpos estranhos (como lascas de madeira ou cacos de vidro) podem levar a um inchaço quente, dolorido e com possível presença de secreção purulenta. Nesses casos, o cachorro pode apresentar febre e sinais sistêmicos, dependendo da gravidade.
Doenças articulares, como artrites, sinovites e até a osteoartrite, também estão entre as causas de inchaço nas patas. Em cães idosos ou de raças predispostas a doenças ortopédicas, é comum que o inchaço surja de maneira mais crônica, muitas vezes associado à rigidez articular e claudicação intermitente. Já em cães jovens, algumas doenças de crescimento, como a panosteíte, podem gerar aumento de volume e dor nos ossos longos.
Outra possível causa são as reações alérgicas, que podem surgir após picadas de insetos, contato com substâncias irritantes ou produtos químicos. Nesses casos, o inchaço tende a se desenvolver rapidamente e, às vezes, envolve mais de uma região do corpo, incluindo focinho, orelhas ou olhos.
Além disso, tumores ósseos ou de partes moles (como lipomas, sarcomas ou mastocitomas) também podem se manifestar inicialmente como um simples aumento de volume, muitas vezes indolor, o que pode levar a uma demora no diagnóstico. Por isso, qualquer inchaço persistente, que não regride em alguns dias ou que aumenta de tamanho, deve ser investigado com exames de imagem e, eventualmente, biópsia.
É importante destacar que, diante de qualquer inchaço na pata do cachorro, o tutor não deve tentar manipular ou medicar o animal por conta própria. A avaliação veterinária é essencial para identificar a causa exata e orientar o tratamento adequado, que pode incluir desde compressas frias, anti-inflamatórios e antibióticos, até cirurgias em casos mais graves.
Referências bibliográficas:
Fossum, T. W. (2019). Small Animal Surgery. 5ª ed. Elsevier.
Ettinger, S. J., & Feldman, E. C. (2017). Textbook of Veterinary Internal Medicine. 8ª ed. Elsevier.
Sobre o autor
Felipe Garofallo é médico-veterinário (CRMV/SP 39.972) especializado em ortopedia e neurocirurgia de cães e gatos e proprietário da empresa Ortho for Pets: Ortopedia Veterinária e Especialidades.