Seu cão está com a imunidade baixa? Saiba como melhorar
- Felipe Garofallo
- 23 de jul.
- 2 min de leitura
Atualizado: 12 de set.
Quando o sistema imunológico de um cão está enfraquecido, ele se torna mais vulnerável a infecções, inflamações e doenças que normalmente não causariam grandes problemas.
Essa condição pode surgir após cirurgias, em animais com doenças crônicas, idosos, filhotes, cães sob tratamento com corticoides, ou até por conta de estresse e alimentação inadequada. Reconhecer os sinais de imunidade baixa e agir a tempo é essencial para manter seu cão saudável e protegido.
Cães com imunidade comprometida geralmente apresentam infecções recorrentes (como otites, dermatites ou diarreias frequentes), cicatrização lenta de feridas, queda de pelos, apatia, perda de apetite e alterações no comportamento.
Ao identificar esses sinais, o primeiro passo é procurar um médico-veterinário para um diagnóstico completo.
Em muitos casos, o sistema imunológico está enfraquecido por alguma causa subjacente, como verminoses, doenças autoimunes, desequilíbrios hormonais ou deficiências nutricionais, e tratar a causa é essencial para fortalecer as defesas do organismo.
Uma das principais estratégias para melhorar a imunidade é oferecer uma alimentação equilibrada e de alta qualidade.
Rações super premium ou dietas naturais formuladas por veterinários nutrólogos garantem o fornecimento adequado de proteínas, vitaminas e minerais, além de ácidos graxos essenciais como o ômega-3. Suplementos com zinco, selênio, vitamina E, vitamina C, probióticos e betaglucanas também podem ser indicados, pois ajudam a modular a resposta imune e proteger o organismo contra agentes externos.
Além da nutrição, é fundamental manter a verminose sob controle, com vermífugos aplicados conforme orientação profissional. Vermes intestinais competem por nutrientes e prejudicam a absorção de vitaminas e minerais, o que enfraquece ainda mais o sistema imune. Manter as vacinas em dia é outro ponto essencial, já que cães imunossuprimidos são mais suscetíveis a doenças infecciosas.
O ambiente emocional também influencia diretamente a imunidade. Estresse, ansiedade por separação, rotina instável ou ambientes barulhentos e inseguros afetam a liberação de hormônios como o cortisol, que em excesso suprime a resposta imunológica.
Promover um ambiente calmo, com enriquecimento ambiental, passeios regulares, brincadeiras e vínculo afetivo com a família ajuda a equilibrar o organismo como um todo.
A atividade física regular, adaptada à condição clínica do cão, estimula a circulação, melhora a oxigenação dos tecidos e favorece o bom funcionamento do sistema linfático e imune. Em cães em recuperação ou com limitação de mobilidade, exercícios leves ou fisioterapia supervisionada podem ser excelentes alternativas.
Em casos mais graves, o veterinário pode indicar imunomoduladores específicos, tratamentos com antivirais ou antibióticos, ou ajustes na medicação que o cão já esteja utilizando. Cada paciente é único, e a abordagem deve ser sempre personalizada, levando em conta a idade, porte, histórico clínico e exames laboratoriais.
Com acompanhamento profissional e cuidados consistentes, é possível fortalecer o sistema imunológico e proporcionar mais qualidade de vida para o seu cão. Pequenas mudanças na rotina, alimentação e ambiente podem fazer uma grande diferença no bem-estar e na resistência do seu melhor amigo.
Referências bibliográficas:
Day, M. J. (2016). Immune system development in the dog and cat. Journal of Comparative Pathology, 155(S1), S5–S10.Watson, A. D. J. (1998). Diet and disease in dogs and cats. Australian Veterinary Journal, 76(11), 710–717.
Sobre o autor
Felipe Garofallo é médico-veterinário (CRMV/SP 39.972) especializado em ortopedia e neurocirurgia de cães e gatos e proprietário da empresa Ortho for Pets: Ortopedia Veterinária e Especialidades.