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Fisioterapia para cães após cirurgia ortopédica: quando começar

A fisioterapia após uma cirurgia ortopédica em cães é hoje considerada parte essencial do tratamento, não apenas um complemento.


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O momento de iniciar depende do tipo de procedimento realizado, da estabilidade obtida na cirurgia e das condições clínicas do paciente, mas em muitos casos ela deve começar já nas primeiras 24 a 48 horas.


Nas primeiras fases, a fisioterapia tem objetivos diferentes dos estágios posteriores. Inicialmente, busca-se controlar dor e inflamação, manter a mobilidade articular e evitar atrofia muscular. Para isso, utilizam-se recursos como crioterapia (gelo local), massagem suave, estimulação elétrica neuromuscular (TENS/NMES) e movimentação passiva controlada do membro operado.


Essas técnicas são seguras desde o pós-operatório imediato, desde que haja estabilidade cirúrgica confirmada e que sejam realizadas por profissional treinado.


Com a evolução da cicatrização, geralmente entre a segunda e a quarta semana, passam a ser introduzidos exercícios ativos leves, como apoio assistido, exercícios de propriocepção em superfícies macias e hidroterapia.


A água, pela flutuação, reduz a carga sobre a articulação e permite que o cão recupere a amplitude de movimento com menor dor. Nessa fase, o objetivo é restabelecer a função muscular, estimular o uso do membro operado e evitar padrões de marcha compensatórios.


A partir da consolidação inicial e da liberação do ortopedista, em geral, entre a 6ª e a 8ª semana, os exercícios tornam-se progressivamente mais intensos.


São introduzidos trabalhos de fortalecimento, resistência e coordenação, como passagens em cavaletes baixos, rampas e esteiras. O foco nesse momento é recuperar força, resistência e estabilidade articular, preparando o cão para retornar às atividades normais.


É fundamental destacar que a fisioterapia deve ser adaptada ao tipo de cirurgia. Em procedimentos como TPLO ou TTA, em que há osteotomia estabilizada com implantes, o início precoce é seguro e benéfico. Já em cirurgias de fraturas muito cominutivas ou em casos de fixação menos estável, pode ser necessário esperar alguns dias a mais para não comprometer a consolidação.


Portanto, a fisioterapia deve começar o quanto antes, muitas vezes já no hospital, mas sempre respeitando a estabilidade da cirurgia e sob orientação do cirurgião responsável.


Esse início precoce está diretamente associado a menor tempo de recuperação, menos dor, melhor cicatrização e retorno mais rápido à função do membro.


Referências bibliográficas


Millis DL, Levine D. Canine Rehabilitation and Physical Therapy. 2nd ed. Elsevier; 2014.


Monk ML, Preston CA, McGowan CM. Effects of early intensive postoperative physiotherapy on limb function after tibial plateau leveling osteotomy in dogs with deficiency of the cranial cruciate ligament. Am J Vet Res. 2006;67(3):529-36.


Sobre o autor


Dr. Felipe Garofallo, veterinário ortopedista, especializado no diagnóstico e tratamento de problemas articulares e musculoesqueléticos em cães

Felipe Garofallo é médico-veterinário (CRMV/SP 39.972) especializado em ortopedia e neurocirurgia de cães e gatos e proprietário da empresa Ortho for Pets: Ortopedia Veterinária e Especialidades.


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