Envelhecimento ativo: Estratégias para seu cão envelhecer bem
- Felipe Garofallo
- 28 de out.
- 2 min de leitura
O envelhecimento ativo é uma das estratégias mais eficazes para preservar a saúde articular dos cães idosos, permitindo que continuem se movimentando com conforto e qualidade de vida.
O processo natural de envelhecimento causa alterações fisiológicas nas articulações, como a redução da viscosidade do líquido sinovial, diminuição da elasticidade da cartilagem e perda gradual de massa muscular.
No entanto, essas mudanças podem ser significativamente retardadas com hábitos que mantenham o corpo em movimento e a inflamação sob controle.
A atividade física regular é o pilar central do envelhecimento articular saudável. Caminhadas diárias de intensidade moderada ajudam a manter a lubrificação das articulações, estimulam a produção de líquido sinovial e preservam o tônus muscular, fator essencial para sustentar e estabilizar as articulações.
Exercícios de baixo impacto, como hidroterapia e fisioterapia controlada, são ideais para cães idosos, pois fortalecem sem sobrecarregar estruturas já sensíveis.
A nutrição também desempenha papel fundamental. Dietas ricas em ácidos graxos ômega-3 possuem efeito anti-inflamatório e reduzem a degradação cartilaginosa.
O uso de condroprotetores, como glucosamina, condroitina, colágeno tipo II e ácido hialurônico, auxilia na manutenção da matriz cartilaginosa e melhora a mobilidade.
Além disso, manter o peso corporal dentro do ideal é uma das medidas mais eficazes para reduzir a sobrecarga nas articulações, especialmente nas de suporte, como quadris, joelhos e cotovelos.
Outro ponto importante é o controle ambiental. Cães idosos se beneficiam de pisos antiderrapantes, rampas de acesso e camas ortopédicas, que reduzem o risco de quedas e minimizam o impacto nas articulações.
O ambiente deve ser confortável e previsível, evitando movimentos bruscos ou esforços desnecessários.
A fisioterapia preventiva e as terapias complementares, como laserterapia, acupuntura e eletroestimulação, também contribuem para a manutenção da função articular e do conforto.
Essas técnicas melhoram a circulação local, modulam a inflamação e preservam a propriocepção, que tende a se deteriorar com o envelhecimento.
Em síntese, o envelhecimento ativo não se trata apenas de prolongar a vida, mas de garantir que ela seja vivida com autonomia e bem-estar.
A combinação de movimento, alimentação equilibrada, peso adequado e acompanhamento veterinário periódico é a melhor forma de preservar articulações saudáveis e retardar o avanço da osteoartrite em cães idosos.
Referências bibliográficas:
1. Millis, D. L., & Levine, D. (2014). *Canine Rehabilitation and Physical Therapy* (2nd ed.). Elsevier.
2. Johnston, S. A. (1997). Osteoarthritis: Joint anatomy, physiology, and pathobiology. *Veterinary Clinics of North America: Small Animal Practice*, 27(4), 699–723.
Sobre o autor
Felipe Garofallo é médico-veterinário (CRMV/SP 39.972) especializado em ortopedia e neurocirurgia de cães e gatos e proprietário da empresa Ortho for Pets: Ortopedia Veterinária e Especialidades.