top of page

ELISA em cães: O que é?

O exame ELISA (Enzyme-Linked Immunosorbent Assay) é uma das ferramentas diagnósticas mais utilizadas em cães para a detecção de antígenos ou anticorpos relacionados a diversas doenças infecciosas.


ree

Trata-se de um método imunológico baseado na ligação altamente específica entre antígeno e anticorpo, associada a uma reação enzimática que gera uma mudança de cor visível, permitindo identificar a presença ou ausência do agente pesquisado. A técnica é considerada sensível, relativamente rápida e acessível, sendo amplamente empregada na rotina clínica veterinária.


Em cães, o ELISA é aplicado para diagnóstico de enfermidades parasitárias, bacterianas e virais. Um exemplo clássico é a leishmaniose visceral canina, na qual o teste ELISA detecta anticorpos contra Leishmania infantum. Da mesma forma, é muito utilizado para diagnosticar erlichiose canina, causada por Ehrlichia canis, e anaplasmose, ambas transmitidas por carrapatos.


O exame também é usado em programas de triagem para doenças como Brucella canis, na qual a detecção precoce é fundamental para controle e manejo reprodutivo.


Outro uso importante é na identificação de antígenos virais, como no teste ELISA para o parvovírus canino, que pode detectar partículas virais presentes nas fezes de animais acometidos.


O princípio do teste é simples: o antígeno ou anticorpo de interesse é fixado em uma placa de microtitulação. Quando a amostra do cão é adicionada, se houver a presença do componente correspondente (anticorpo ou antígeno), ocorre a ligação específica.


Em seguida, um conjugado marcado com enzima é adicionado, e na presença de substrato, a enzima promove uma reação de coloração.


A intensidade da cor formada é proporcional à quantidade de antígeno ou anticorpo presente na amostra, podendo ser interpretada visualmente ou por meio de um leitor específico. Apesar de sua utilidade, o ELISA não é isento de limitações.


Em alguns casos, pode ocorrer reação cruzada com outros agentes, resultando em falsos-positivos. Por outro lado, animais em fase inicial da infecção podem não apresentar anticorpos detectáveis, levando a falsos-negativos.


Por isso, muitas vezes o resultado deve ser confirmado com exames complementares, como PCR, imunofluorescência ou mesmo repetição do teste em outro momento.


Na rotina clínica, o ELISA se tornou uma ferramenta indispensável pela sua praticidade, custo relativamente baixo e pela possibilidade de aplicação em larga escala, tanto em clínicas quanto em campanhas de saúde pública.


Além do diagnóstico de doenças, também é utilizado em pesquisas sorológicas e no acompanhamento de respostas vacinais.


Assim, o ELISA representa um elo fundamental entre a imunologia diagnóstica e a prática veterinária, permitindo decisões mais seguras no manejo de doenças infecciosas em cães.


Referências bibliográficas


Greene, C. E. (2012). Infectious Diseases of the Dog and Cat. 4th ed. Elsevier.


Tilley, L. P., & Smith, F. W. K. (2015). Blackwell’s Five-Minute Veterinary Consult: Canine and Feline. 6th ed. Wiley-Blackwell.


Sobre o autor


Dr. Felipe Garofallo, veterinário ortopedista, especializado no diagnóstico e tratamento de problemas articulares e musculoesqueléticos em cães

Felipe Garofallo é médico-veterinário (CRMV/SP 39.972) especializado em ortopedia e neurocirurgia de cães e gatos e proprietário da empresa Ortho for Pets: Ortopedia Veterinária e Especialidades.



 
 

Horário: Segunda à sexta, 09h às 18h. Sábados 10:00 às 14:00
Whatsapp: (11)97522-5102
Endereço: Alameda dos Guaramomis, 1067, Moema, São Paulo, SP

bottom of page