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Displasia coxofemoral em cães filhotes: Como diagnosticar cedo

O diagnóstico precoce da displasia coxofemoral (DCF) em cães filhotes é um desafio importante na ortopedia veterinária, já que quanto mais cedo a doença é identificada, maiores as chances de intervenção eficaz para reduzir a progressão da osteoartrite e melhorar a qualidade de vida do animal.


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Em geral, os primeiros sinais clínicos podem aparecer a partir dos 4 a 6 meses de idade, variando conforme a raça e o ritmo de crescimento.


Cães predispostos, como labradores, pastores alemães, golden retrievers e raças gigantes, devem ser monitorados de perto desde cedo. Os tutores frequentemente relatam claudicação intermitente, relutância em brincar, dificuldade para subir escadas ou saltar, além de postura anormal, como o balanço excessivo da pelve.


No exame físico, testes ortopédicos específicos permitem identificar instabilidade articular. O teste de Ortolani é o mais utilizado: com o cão em decúbito dorsal, aplica-se compressão axial no fêmur e, em seguida, abdução; um estalido ou clique indica subluxação do quadril.


Testes complementares, como o de Barlow (detecta a luxação ao aplicar pressão) e o de Bardens (avalia deslocamento lateral da cabeça femoral), também ajudam a confirmar a frouxidão articular. Esses testes devem ser feitos sob sedação ou anestesia leve para reduzir dor e espasmo muscular, que podem mascarar os resultados.


O diagnóstico por imagem é fundamental. A radiografia em projeção ventrodorsal com membros estendidos é o método clássico, utilizado tanto para triagem clínica quanto para programas de controle genético (OFA, FCI, CBKC).


Contudo, em filhotes muito jovens, essa posição pode subestimar a frouxidão articular. Por isso, exames específicos como o PennHIP são mais sensíveis para diagnóstico precoce, podendo ser realizados a partir das 16 semanas de idade.


O método mede quantitativamente o índice de distração da cabeça femoral em relação ao acetábulo, permitindo prever a probabilidade de desenvolvimento de osteoartrite futura.


Além disso, a avaliação precoce de fatores de risco, como ganho de peso acelerado, dieta hipercalórica e crescimento rápido deve ser parte do processo diagnóstico, já que fatores ambientais desempenham papel importante na expressão clínica da doença.


Em resumo, o diagnóstico precoce da displasia coxofemoral em cães filhotes depende da combinação de sinais clínicos iniciais, testes ortopédicos sob sedação e exames radiográficos adequados, especialmente o PennHIP.


Essa abordagem possibilita não apenas identificar a doença antes do aparecimento de lesões irreversíveis, mas também planejar intervenções preventivas ou corretivas no momento certo.

Referências bibliográficas

Smith GK, Gregor TP, Rhodes WH, Biery DN. Coxofemoral joint laxity from distraction radiography and its relationship to the development of degenerative joint disease in dogs. J Am Vet Med Assoc. 1993;203(11):1721-5.


Tomlinson JL, Cook JL. Advances in diagnostic imaging of the canine hip joint. J Am Vet Med Assoc. 2002;220(11):1713-9.


Sobre o autor


Dr. Felipe Garofallo, veterinário ortopedista, especializado no diagnóstico e tratamento de problemas articulares e musculoesqueléticos em cães

Felipe Garofallo é médico-veterinário (CRMV/SP 39.972) especializado em ortopedia e neurocirurgia de cães e gatos e proprietário da empresa Ortho for Pets: Ortopedia Veterinária e Especialidades.


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