Cão com dificuldade ao subir no sofá: o que pode ser?
- Felipe Garofallo

- 19 de set.
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Quando um cão apresenta dificuldade ou relutância ao subir no sofá, isso geralmente indica que há algum desconforto musculoesquelético ou neurológico interferindo em sua mobilidade.

Esse tipo de comportamento não deve ser visto apenas como “preguiça” ou mudança de hábito, mas sim como um sinal clínico de que algo está acontecendo.
Entre as causas ortopédicas mais comuns está a displasia coxofemoral, que provoca dor e instabilidade no quadril, dificultando saltos e movimentos de impulsão.
Outro problema frequente é a ruptura do ligamento cruzado cranial, que compromete a estabilidade do joelho, levando o animal a evitar esforços.
A luxação de patela e a osteoartrite também podem causar dor progressiva e limitação funcional. Em cães idosos, essas doenças degenerativas se tornam ainda mais prováveis.
Doenças da coluna, como hérnia de disco, também podem explicar a dificuldade para subir no sofá. Nesses casos, além da dor, o tutor pode notar rigidez, alterações na marcha, tremores ou até dificuldade para manter o equilíbrio. Em situações mais graves, há sinais neurológicos associados, como fraqueza ou arraste das patas.
Além dos problemas ortopédicos e neurológicos, é importante considerar o fator excesso de peso, que sobrecarrega articulações e favorece o desenvolvimento de dor crônica.
Condições menos frequentes, como traumas musculares ou fraturas antigas mal consolidadas, também podem estar por trás do sintoma.
A avaliação veterinária é indispensável para identificar a causa exata. O diagnóstico pode envolver exame físico ortopédico e neurológico, radiografias e, quando necessário, exames mais avançados como tomografia ou ressonância magnética.
O tratamento dependerá da origem do problema, podendo incluir desde o uso de anti-inflamatórios e analgésicos até fisioterapia ou cirurgia corretiva.
O tutor deve observar ainda se o cão apresenta outros sinais associados, como mancar após brincadeiras, dificuldade em levantar-se, lambedura excessiva de uma articulação ou mudanças no comportamento.
Quanto antes o problema for identificado, maiores as chances de controle da dor e preservação da qualidade de vida.
Referências bibliográficas
Johnston SA, Tobias KM. Veterinary Surgery: Small Animal. 2nd ed. St. Louis: Elsevier; 2018.
Fossum TW. Small Animal Surgery. 5th ed. St. Louis: Elsevier; 2019.
Sobre o autor

Felipe Garofallo é médico-veterinário (CRMV/SP 39.972) especializado em ortopedia e neurocirurgia de cães e gatos e proprietário da empresa Ortho for Pets: Ortopedia Veterinária e Especialidades.