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Cuidados ortopédicos com filhotes de raças grandes

Atualizado: 26 de jul.

Cães de raças grandes como Labrador, Golden Retriever, Pastor Alemão, Rottweiler, Bernese e Dogue Alemão exigem atenção especial desde os primeiros meses de vida, principalmente no que diz respeito à saúde ortopédica. Diferente dos cães de pequeno porte, os filhotes de grande porte crescem muito rapidamente e colocam mais carga sobre suas articulações em formação.


Filhote de Husky Siberiano. Cães filhotes de raça grande necessitam cuidados especiais. Fonte: Pixabay
Filhote de Husky Siberiano. Cães filhotes de raça grande necessitam cuidados especiais. Fonte: Pixabay

Se alguns cuidados não forem tomados nessa fase crítica, o risco de desenvolver doenças ortopédicas sérias — como displasia coxofemoral, displasia de cotovelo ou osteocondrite dissecante — aumenta consideravelmente.


Neste artigo, você vai entender os principais cuidados ortopédicos com filhotes de raças grandes e o que fazer para garantir um crescimento saudável e sem dor.


1. Crescimento acelerado exige atenção redobrada

O pico de crescimento dos filhotes de raças grandes ocorre entre os 3 e 8 meses de idade. Durante esse período, os ossos crescem rapidamente e as articulações ainda não estão completamente estabilizadas. O excesso de atividade física, alimentação inadequada ou pisos escorregadios podem levar a sobrecargas que comprometem o desenvolvimento articular e ósseo.

2. Controle nutricional: nada de excesso de cálcio ou superalimentação

É comum que tutores, preocupados com o bom desenvolvimento, ofereçam rações de alta densidade calórica, suplementos vitamínicos ou cálcio adicional por conta própria. Isso pode ser um erro grave.

Cães de raças grandes devem consumir ração específica para crescimento de raças grandes, que já possui o equilíbrio correto de cálcio, fósforo e energia metabolizável. O excesso de cálcio pode precipitar displasias articulares e outros problemas de crescimento.

Além disso, o excesso de peso sobrecarrega as articulações imaturas e aumenta o risco de deformidades. O ideal é manter o filhote com escala corporal entre 4/9 e 5/9, magro, mas bem nutrido.

3. Evite escorregões e pisos lisos

O ambiente em que o filhote vive impacta diretamente sua saúde ortopédica. Pisos lisos (como porcelanato ou cerâmica polida) favorecem escorregões, que são fatores de risco importantes para displasia coxofemoral e lesões ligamentares.

Recomenda-se:

  • Tapetes antiderrapantes nas áreas de maior circulação

  • Evitar brincadeiras bruscas em pisos escorregadios

  • Superfícies planas, sem escadas, nos primeiros meses

4. Exercícios? Sim, mas com moderação

O excesso de atividade física em filhotes de raças grandes pode comprometer o desenvolvimento das articulações. Evite:

  • Corridas longas

  • Saltos (subir/descer de sofás ou camas)

  • Caminhadas intensas em terrenos irregulares


Prefira brincadeiras leves, caminhadas curtas em linha reta e, se possível, hidroterapia supervisionada a partir dos 4 meses, que fortalece a musculatura sem impacto.


5. Monitoramento ortopédico veterinário preventivo


Consultas veterinárias periódicas com enfoque ortopédico são fundamentais para identificar precocemente qualquer sinal de alteração no crescimento, postura ou marcha.


Em casos de raças predispostas, como Rottweilers ou Labradores, pode-se considerar a realização de exames de imagem (como radiografias) a partir dos 4 a 6 meses para rastrear displasias articulares antes mesmo dos sintomas surgirem.


O diagnóstico precoce permite intervenções conservadoras ou cirúrgicas que podem mudar totalmente o prognóstico do animal.


6. Castração precoce: atenção redobrada


Estudos mostram que castrar filhotes de raças grandes antes da maturidade esquelética pode estar associado a maior incidência de doenças ortopédicas. Isso porque os hormônios sexuais têm papel fundamental no fechamento das placas de crescimento.

Por isso, a castração de raças grandes deve ser cuidadosamente avaliada com um veterinário ortopedista, considerando riscos e benefícios para cada caso.


Conclusão


Cuidar da saúde ortopédica dos filhotes de raças grandes é um investimento que previne dores, cirurgias futuras e sofrimento. Com nutrição adequada, ambiente seguro, exercícios controlados e acompanhamento veterinário precoce, é possível oferecer ao seu pet uma vida ativa, saudável e sem limitações.


Referências bibliográficas


  • Johnston, S. A., & Tobias, K. M. (2017). Veterinary Surgery: Small Animal. Elsevier.

  • Hazewinkel, H. A. W. et al. (2002). Influence of Growth Rate on the Development of Hip Dysplasia in Dogs. Journal of Veterinary Medicine Series A.


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Sobre o autor


Dr. Felipe Garofallo, veterinário ortopedista, especializado no diagnóstico e tratamento de problemas articulares e musculoesqueléticos em cães

Felipe Garofallo é médico-veterinário (CRMV/SP 39.972) especializado em ortopedia e neurocirurgia de cães e gatos e proprietário da empresa Ortho for Pets: Ortopedia Veterinária e Especialidades.


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