Cromo em cães
- Felipe Garofallo

- 16 de ago.
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Atualizado: 12 de set.
O cromo é um micromineral essencial para cães, embora necessário em quantidades muito pequenas, desempenhando um papel importante no metabolismo de carboidratos, lipídios e proteínas.

Sua principal função reconhecida é atuar como cofator potencializador da ação da insulina, integrando o chamado “fator de tolerância à glicose” (GTF), que melhora a captação de glicose pelas células e contribui para a manutenção de níveis glicêmicos estáveis.
A forma mais estudada e utilizada na suplementação é o cromo trivalente (Cr³⁺), considerado biologicamente ativo e seguro. Ele está presente naturalmente em alimentos como carnes, vísceras, cereais integrais e leveduras, mas a concentração pode variar conforme a dieta e a origem dos ingredientes.
Em rações comerciais de qualidade, as necessidades básicas de cromo geralmente são atendidas, mas determinadas condições clínicas ou fases da vida podem justificar a suplementação.
Em cães, o interesse pelo cromo cresce principalmente em três contextos:
Controle glicêmico – Em cães com resistência insulínica, diabetes mellitus ou tendência à hiperglicemia, o cromo pode ajudar a melhorar a sensibilidade dos tecidos à insulina, favorecendo o controle da glicemia e, potencialmente, permitindo ajustes mais estáveis na dose de insulina exógena.
Modulação do peso corporal – Em animais com sobrepeso ou obesidade, o cromo pode auxiliar no metabolismo energético e na manutenção da massa magra, especialmente quando associado a dietas balanceadas e exercício físico.
Redução do estresse – Há evidências em outras espécies de que o cromo pode modular a resposta ao estresse físico e emocional, possivelmente por influência sobre a liberação de cortisol, embora esse efeito ainda seja pouco estudado em cães.
A deficiência de cromo em cães é rara, mas quando ocorre, pode levar a alterações na tolerância à glicose, aumento da resistência insulínica e, em casos extremos, predisposição a distúrbios metabólicos.
Já o excesso é incomum nas doses nutricionais recomendadas, mas a suplementação exagerada, especialmente de formas inorgânicas pouco seguras, pode causar efeitos adversos gastrointestinais e, raramente, toxicidade.
Para uso terapêutico, as formas cromo-picolinato ou cromo-levedura são preferidas por apresentarem maior biodisponibilidade.
A dosagem deve ser calculada de acordo com o peso, condição clínica e dieta do cão, sempre sob supervisão veterinária, especialmente em pacientes diabéticos, para evitar hipoglicemias associadas a ajustes inadequados de insulina.
Assim, embora não seja um suplemento de uso rotineiro para todos os cães, o cromo pode ter papel relevante como adjuvante no manejo de distúrbios metabólicos, desde que usado com critério, integrando um plano alimentar e terapêutico global.
Referências bibliográficas
Anderson RA. Chromium in the prevention and control of diabetes. Diabetes Metab. 2000;26(1):22-27.
Spears JW. Chromium as an essential nutrient in animal diets. Compend Contin Educ Pract Vet. 1999;21(4):S11-S15.
Sobre o autor

Felipe Garofallo é médico-veterinário (CRMV/SP 39.972) especializado em ortopedia e neurocirurgia de cães e gatos e proprietário da empresa Ortho for Pets: Ortopedia Veterinária e Especialidades.