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Como o envelhecimento afeta a lubrificação das articulações dos cães

O envelhecimento interfere diretamente na capacidade das articulações de manter uma lubrificação adequada, comprometendo a fluidez e a proteção que o líquido sinovial oferece às superfícies articulares.


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À medida que o cão envelhece, há uma diminuição na produção e na qualidade do líquido sinovial, principal responsável por reduzir o atrito entre as cartilagens e nutrir suas células.


Com o passar dos anos, as células da membrana sinovial reduzem a síntese de ácido hialurônico, o componente que confere viscosidade e elasticidade ao líquido sinovial.


Esse empobrecimento faz com que o fluido se torne menos denso e menos eficiente na lubrificação.


Consequentemente, o atrito entre as superfícies ósseas aumenta, acelerando o desgaste da cartilagem articular e favorecendo o desenvolvimento de processos degenerativos, como a osteoartrite.


Paralelamente, os condrócitos, responsáveis pela manutenção da cartilagem, tornam-se menos ativos e passam a produzir colágeno e proteoglicanos de menor qualidade. Isso torna a cartilagem mais rígida e menos capaz de reter água, o que compromete ainda mais sua função de absorção de impacto.


Somado a isso, a circulação local diminui, reduzindo o aporte de oxigênio e nutrientes aos tecidos periarticulares e agravando a degeneração progressiva.


Essas mudanças explicam por que cães idosos costumam apresentar rigidez matinal e dificuldade para iniciar o movimento após períodos de repouso.


O líquido sinovial mais fino e a cartilagem menos hidratada tornam o início dos movimentos mais doloroso e menos fluido, melhorando apenas após alguns minutos de atividade, quando a circulação e a temperatura articular aumentam.


Manter a movimentação leve e regular é essencial, pois o exercício estimula mecanicamente a produção de líquido sinovial e preserva a nutrição das estruturas articulares.


A suplementação com condroprotetores contendo ácido hialurônico, glucosamina e colágeno tipo II, além de uma dieta balanceada e controle de peso, também auxilia na preservação da lubrificação e no retardamento do processo degenerativo.


Referências bibliográficas:


1. Johnston, S. A. (1997). Osteoarthritis: Joint anatomy, physiology, and pathobiology. Veterinary Clinics of North America: Small Animal Practice, 27(4), 699–723.


2. Millis, D. L., & Levine, D. (2014). Canine Rehabilitation and Physical Therapy (2nd ed.). Elsevier.


Sobre o autor


Dr. Felipe Garofallo, veterinário ortopedista, especializado no diagnóstico e tratamento de problemas articulares e musculoesqueléticos em cães

Felipe Garofallo é médico-veterinário (CRMV/SP 39.972) especializado em ortopedia e neurocirurgia de cães e gatos e proprietário da empresa Ortho for Pets: Ortopedia Veterinária e Especialidades.


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