Como funciona o preparo de um cão antes da anestesia
- Felipe Garofallo

- 4 de nov.
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O preparo de um cão antes da anestesia é uma etapa fundamental para garantir segurança durante o procedimento e minimizar riscos.

O preparo envolve avaliação clínica, exames laboratoriais, jejum adequado e administração de medicações pré-anestésicas, tudo planejado conforme o estado de saúde e o tipo de cirurgia.
O processo começa com uma avaliação clínica completa, na qual o veterinário examina o animal e revisa o histórico médico, incluindo uso de medicamentos, alergias, doenças pré-existentes e cirurgias anteriores.
Essa anamnese é essencial para determinar o protocolo anestésico mais seguro.
Em seguida, são realizados exames pré-anestésicos, geralmente hemograma, bioquímica sérica (ureia, creatinina, ALT, fosfatase alcalina), glicemia e, em pacientes mais velhos, radiografia torácica e eletrocardiograma.
Esses exames avaliam a função hepática, renal e cardiovascular, fundamentais para metabolizar e eliminar os anestésicos.
O jejum é outro ponto importante. O cão deve permanecer sem alimento sólido por 8 a 12 horas e sem água por cerca de 2 a 4 horas antes da anestesia. Isso evita vômitos e aspiração do conteúdo gástrico durante a indução, quando o reflexo de deglutição está reduzido.
Antes do início da anestesia, é aplicada a medicação pré-anestésica, que geralmente inclui um ansiolítico e um analgésico. Essa combinação reduz a ansiedade, facilita a indução anestésica, estabiliza os parâmetros fisiológicos e já inicia o controle da dor.
Em alguns casos, antibióticos profiláticos também são administrados.
A colocação de um cateter venoso é feita para garantir acesso imediato à via endovenosa, permitindo administração de anestésicos, fluidos e medicamentos de emergência, se necessário.
Monitores são conectados para acompanhar frequência cardíaca, saturação de oxigênio, pressão arterial e temperatura corporal durante todo o procedimento.
Em resumo, o preparo pré-anestésico é uma sequência de etapas cuidadosamente planejadas: avaliação clínica, exames laboratoriais, jejum, medicação e monitoramento.
Cada uma delas tem o objetivo de reduzir riscos e garantir que o cão enfrente o procedimento anestésico com o máximo de segurança e conforto possível.
Referências bibliográficas:
1. Hall, L. W., Clarke, K. W., & Trim, C. M. (2022). *Veterinary Anaesthesia* (12th ed.). Elsevier.
2. Duke-Novakovski, T., de Vries, M., & Seymour, C. (2016). *Veterinary Anesthesia and Analgesia: The Fifth Edition of Lumb and Jones*. Wiley-Blackwell.
Sobre o autor

Felipe Garofallo é médico-veterinário (CRMV/SP 39.972) especializado em ortopedia e neurocirurgia de cães e gatos e proprietário da empresa Ortho for Pets: Ortopedia Veterinária e Especialidades.