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Como fazer compressa fria ou quente corretamente em cães

Atualizado: 12 de set.

A aplicação de compressas em cães é uma técnica terapêutica simples, mas extremamente eficaz quando realizada corretamente, podendo auxiliar no alívio de dores musculares, articulares, pós-operatórias e em processos inflamatórios ou traumáticos. No entanto, para garantir a segurança e a eficácia do procedimento, é fundamental que os tutores compreendam quando e como utilizar corretamente tanto a compressa fria quanto a compressa quente.

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A compressa fria é indicada, principalmente, em situações agudas, como pancadas, quedas, entorses, inflamações recentes, edemas e no pós-operatório imediato, geralmente nas primeiras 48 a 72 horas após a ocorrência. O objetivo é reduzir o fluxo sanguíneo na região, controlar a inflamação, diminuir o inchaço e aliviar a dor. Para preparar a compressa fria, pode-se utilizar uma bolsa térmica com gelo, um saco plástico com cubos de gelo envolto em uma toalha fina, ou mesmo um pacote de vegetais congelados.


Nunca se deve aplicar o gelo diretamente sobre a pele do animal, pois isso pode causar queimaduras térmicas. A compressa deve ser mantida sobre a área por cerca de 10 a 15 minutos, sempre com supervisão, e o procedimento pode ser repetido de duas a três vezes ao dia, conforme orientação do médico-veterinário.


Já a compressa quente é recomendada em casos de dor muscular crônica, contraturas, rigidez articular, cãibras ou após a fase aguda de lesões, quando o objetivo passa a ser promover o relaxamento muscular e aumentar o fluxo sanguíneo local, facilitando a cicatrização e o metabolismo dos tecidos. Para realizá-la, utiliza-se uma bolsa de água morna ou toalhas embebidas em água aquecida, sempre testando previamente a temperatura com o dorso da mão, garantindo que esteja morna e confortável ao toque, sem risco de causar queimaduras.


Assim como na compressa fria, deve-se evitar o contato direto da fonte de calor com a pele do cão, utilizando uma camada de tecido entre a compressa e o corpo do animal. A aplicação deve durar de 15 a 20 minutos, também com supervisão, podendo ser repetida de uma a três vezes por dia.


É importante destacar que o sucesso da terapia com compressas está diretamente relacionado à regularidade da aplicação e ao correto diagnóstico da causa da dor ou inflamação.


Além disso, o animal deve estar calmo durante o procedimento; se demonstrar desconforto ou tentar remover a compressa, é necessário interromper o uso e consultar um veterinário para reavaliação. Algumas patologias, como infecções ou processos tumorais, podem ser agravadas por calor, o que reforça a importância de nunca realizar esse tipo de tratamento sem acompanhamento profissional.


Em resumo, a compressa fria deve ser usada nos primeiros momentos de lesões para controlar a inflamação, enquanto a compressa quente é útil para relaxar músculos e melhorar a circulação em fases mais crônicas. Ambas são estratégias complementares e não substituem a avaliação e o tratamento médico-veterinário, sendo apenas coadjuvantes no plano terapêutico.

Referências bibliográficas:

  • Fossum, T. W. (2021). Small Animal Surgery (5th ed.). Elsevier.

  • Millis, D. L., & Levine, D. (2014). Canine Rehabilitation and Physical Therapy (2nd ed.). Saunders.


Sobre o autor


Dr. Felipe Garofallo, veterinário ortopedista, especializado no diagnóstico e tratamento de problemas articulares e musculoesqueléticos em cães

Felipe Garofallo é médico-veterinário (CRMV/SP 39.972) especializado em ortopedia e neurocirurgia de cães e gatos e proprietário da empresa Ortho for Pets: Ortopedia Veterinária e Especialidades.


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